terça-feira, 24 de agosto de 2010

DUPLICIDADE... RAIOS DUPLOS

O filme realmente deveria chamar raios, raios duplos. Pois, por que raios fui eu assistir a essa bomba?
O filme inicia com um bla bla bla entre Júlia Roberts e Clive Owen, em um encontro em uma embaixada qualquer, e depois da conversa mole, a próxima cena dá entender que já treparam no hotel, ambos eram espiões, e que Julia Roberts deu para o rapaz só para roubar uns documentos secretos que ele trazia consigo.
Daí pra frente, o filme perde uma boa parte de seu tempo explicando que em verdade eles já se conheciam, eram um casal, e que naquele episódio, embora amantes, a Júlia enganou seu par, o que criou eterna desconfiança entre eles.
Afora isso, a história do filme trata de os espiões darem um golpe em duas empresas concorrentes da indústria farmacêutica, ambos agindo como reciprocamente como espiões duplos - ou seja, empregados na inteligência de uma mas trabalhando como espiões da outra.
Tudo gira em torno de uma nova descoberta de uma das empresas, que anuncia um novo lançamento de produto que mudaria para sempre o mercado cosmético.
Lá pelas tantas descobre-se que tal produto seria a solução definitiva pra calvície, e aí fica-se numa busca louca pela fórmula, a ser roubada da empresa que a descobriu antes do lançamento, para assim a empresa que rouba o segredo lançar antes o produto e quebrar a concorrente.
Faço parênteses: há uma cena medonha com dois bons atores - Tom Wilkinson e Paul Giamatti - se atracando no chão. Um senhor como Tom, já entrado nos seus sessenta anos, engalfinhado e rolando no chão deve envergonhá-lo terrivelmente, se forçado a assisti-la.
Pois bemm, depois de várias idas e vindas, os espiões conseguem roubar a fórmula, conseguem ludibriar a empresa que queria o tal segredo, e tentam vender a fórmula a uma terceira interessada, que tal como J. Pinto Fernandes, ainda não havia entrado na história.
Quando parecia que tudo se encaminhava para o final feliz dos espiões, que venderiam a formula a uns europeus por sessenta milhões de alguma coisa, vem uma daquelas reviravoltas que, em qualquer filme, me enojam. A fórmula secreta para a calvície não existia. Tudo era um plano da empresa que dizia tê-la para estimular a espiongagem, fazer a concorrente gastar energia em obtê-la, anunciar a descoberta do produto inexistente e assim dar uma falsa notícia ao mercado e a seus acionistas. Ha, ha, ha, que legal.
Ah, a fórmula era de um creme hidratante qualquer, assim como o filme, uma historinha qualquer.