sábado, 10 de setembro de 2011

O LUTADOR DE RUA (HARD TIMES - 1975), de WALTER HILL - 09.09.2011

Charles Bronson interpreta Cheney, um solitário sem passado (não há como saber se por exemplo ele não fora um lutador profissional) que chega a Nova Orleans com 6 dólares no bolso, em plena grande depressão, e por acaso descobre brigas de rua em que há apostas de dinheiro, sendo James Coburn (Speed) um dos "empresários" dessas lutas.
Cheney vai ao encontro de Speed para propor uma parceria, pois ele precisa de algum dinheiro - uma certa quantia e não mais lutará - e preencher algumas entrelinhas - que nunca vai se saber quais são. Na primeira luta ele vence o adversário com apenas um soco.
Speed é um viciado em jogo, e portanto vive sempre sem dinheiro, tem problemas com agiotas e a máfia de New Orleans, e para bancar a luta valiosa de seu pupilo Cheney contra o lutador do ricaço do lugar, ele precisa de grana - 3 mil dólares, que consegue através de um empréstimo e também de uma luta longe de Nova Orleans, ainda que para que eles recebessem a bolsa tivessem que cobrá-la a força, pois num primeiro momento, longe de sua área, se vêem em maus lençóis.
Com esse dinheiro eles fazem a luta contra Jim "skinhead" Henry, o então melhor lutador da cidade, agenciado pelo tal ricaço e poderoso (Gandil), e Charles Bronson vence. Gandil não se dá por vencido e não quer não ter sob seu domínio o melhor lutador, e tenta contratar Bronson por uma certa quantia e em parceria com Speed, mas Cheney rejeita o negócio - quer fazer as coisas de seu jeito. Por isso, como Speed precisa de dinheiro (perdeu no jogo o que ganhou com as lutas e não pagou o empréstimo, ainda devendo aos mafiosos), ele e Cheney se desentendem, e as ameaças a Speed aumentam.
Gandil, então, faz um arranjo com a máfia, garante o empréstimo de Speed dês que Cheney volte a lutar contra um contratado de Gandil (que também só luta a dinheiro), trazido especialmente de Chicago para tal fim, enquanto Speed é mantido refém, para que Cheney se convença que precisa lutar, apesar de ter rompido com seu antigo parceiro. 
A aposta dessa luta será Gandil x Cheney, pois como Speed perdeu seu dinheiro, Cheney é obrigado, para lutar, a colocar em jogo o que conquistou nas brigas anteriores, pondo em risco o seu plano de só lutar até conseguir o necessário. Mas ele vence, fica com seu dinheiro e o dobra, esse dinheiro da vitória a Speed e seu assistente, pois o que ele precisava ele já tinha. E assim, vai embora de Nova Orleans, tendo cumprido sua missão - ao menos em parte, o dinheiro - pois as entrelinhas, talvez a tentativa de um relacionamento que não dá certo porque ele não quer ter nenhuma amarra, isso ele não conquista.
Acho que a própria chamada do DVD, aí em cima, de que "naqueles dias [da grande depressão], as palavras não dizem muita coisa". É um filme com o estilo de Charles Bronson, poucas palavras, mas olhares e muita ação. É um tempo de dureza, e as coisas só são conquistadas por quem é duro na queda, ganha na porrada, contra uma situação dificílima - economia quebrada, o lutador mais bem pago, etc.
Apenas para constar, Walter Hill dirigiu os 48 Horas, com Eddie Murphy, A Encruzilhada e especialmente The Warriors (Os selvagens da Noite) - de que eu gosto muito.
Nota IMDB - 7,2. Não vi tudo isso (Inácio Araújo falou bem do filme). Daria um 6.

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