segunda-feira, 26 de março de 2012

O ARTISTA (2011), de MICHAEL HAZANAVICIOUS - 26.03.2012

Película vencedora do Oscar de Melhor Filme em 2012, esse filme mudo - e em preto-e-branco- é bem interessante, mas não achei essas coisas todas. 
George Valentin (Jean Dujardin) é um grande astro do cinema mudo, egocêntrico, acredita ser a razão primeira de todos os sucessos. Acidentalmente, após um grande sucesso, é fotografado junto a Peppy Miller (Berenice Bejo), uma aspirante à carreira de atriz, que logo começa a fazer figuração nos filmes mudos. 
Contudo, estamos às voltas com o surgimento do cinema falado, em 1927-1929, mas Valentin não acredita que tais filmes sejam o futuro, que tais filmes façam sucesso e se nega a participar desse "futuro", sendo, então, demitido pelo estúdio do qual era contratado, pois estes dizem que no "novo cinema", precisa-se de caras novas, de algo novo, e que os velhos astros precisam abrir passagem às novas gerações - uma tônica recorrente do cinema, em qualquer que seja a época, em que a idade, com raras exceções, fecha portas para os atores que envelhecem.
Valentin é rapidamente relegado ao ostracismo e à pobreza, mas se recusa a capitular e passar a participar do cinema falado - e o cinema falado também não parece ter nenhum interesse nele. 
Falência moral e financeira, mas o orgulho - burro - intacto (ou seria um homem de princípios?), Valentin vende todas as suas coisas, perde sua esposa (se recusa a falar com ela), perde sua mansão, tem de demitir seu motorista - e amigo de anos-, pois não tem mais como pagá-lo.
De outro lado, Peppy Miller surge como uma nova estrela do cinema sonoro, e conquista algo bastante semelhante ao que havia conquistado Valentin, mas não o esquece completamente, ao contrário do que fez o grande público. 
Peppy, por exemplo, compra a memorabilia de Valentin, e quando este tenta o suicídio, e a atriz é quem o salva (numa pegadinha interssante com a onomatopeia "bang" - um tiro e/ou uma batida de carro - e o leva para sua casa, para que este se recupere.
Ali, recebe a notícia de que Peppy conseguiu com o executivo do Estúdio que o demitira (Al Zimmer, vivido por John Goodman), uma nova chance para "o artista", que ao saber disso, somando-se ao fato de ele descobrir na casa de Peppy todos os seus objetos pessoais, comprados em leilão pela nova estrela - os empregados dela é que deram os lances -  é levado a uma grande sensação de impotência e resolve se matar, sendo salvo como acima descrito, por sua amiga. Nesse momento, Peppy consegue achar um meio-termo para que George volte a atuar, de uma forma em que ele não precise falar - dançando em musicais. 
O final mostra uma cena de metalinguagem, em que Valentin e Peppy estão filmando uma cena musical, a câmera vai se afastando e então há a filmagem da filmagem, em recurso que já vimos por aí, num curta do Jorge Furtado, em Persona (de forma radical), em Sunset Boulevard, Dirigindo no Escuro, e por aí vai. 
A cena em que George Valentim queima as películas de seus filmes mudos me parece bastante significativa, nesses tempos em que o filme 35mm está em extinção - deixará de ser produzido e só teremos projeções digitais, ou seja, a cena não representa apenas a a superação do cinema mudo, mas igualmente a dos filmes em película. 
Em preto-e-branco, mudo, com a música de acompanhamento - na sala em que assisti, achei a música um pouco alta, e o posicionamento da imagem na tela estava equivocado, cortando uma pequena parte da topo da imagem.


Nota IMDB - 8,3. Não é para tudo isso, na minha opinião. Um 7 tá bom. 

quarta-feira, 21 de março de 2012

MELODIA FATAL (1946), de ROY WILLIAM NEILL - 21.02.2012

Um dia depois de ver "Noite Tenebrosa", foi hora de ver Melodia Fatal (Dressed to Kill), mais um filme em que Basil Rathbone encarna Sherlock Holmes, ao lado de seu escudeiro Watson (Nigel Bruce). 
Aqui, três caixinhas de música, fabricadas na prisão por um homem que sabe alguma coisa importante (pois alguém chega nele e diz que ele poderia sair logo, se dissesse o que sabe), são colocadas em um leilão e vendidas aleatoriamente.
Um homem interessado nelas - Cel. Cavanaugh - mas que chega tarde para o leilão - vai à casa de vendas e paga para o leiloeiro fornecer o endereço dos compradores, mas pode identificar apenas dois deles pelos nomes e endereços, e uma terceira pessoa, uma mulher, apenas pelas suas características físicas.


O primeiro dos compradores, um senhor - Julian Emery - por acaso amigo de Watson, incidentalmente vai à casa de Sherlock e comenta que sofreu um furto estranho, lhe foi roubada uma caixa de música - e ele era colecionador delas - sem valor algum, e logo se descobre que foi furtada uma caixa parecida com a comprada no leilão. Sherlock o adverte de que os ladrões levaram a caixa errada, e podem voltar. Realmente voltam, e o matam para ter a caixa.
Para a segunda caixa, Hilda Courtney (Patricia Morison) - a líder do bando - se fantasia de empregada doméstica e consegue furtar a caixinha, escapando debaixo do nariz de Holmes
Mas quanto à terceira caixa, Holmes consegue se antecipar aos bandidos e obtê-la da compradora não identificada, frustrando temporariamente a intenção dos criminosos.
Durante a investigação surgem dois detalhes importantes: o fato de que as caixas foram construídas dentro de um presídio, e que o construtor delas foi um ex-diretor do Banco da Inglaterra, que roubou as placar originais para a impressão das cédulas de 5 libras, que nunca foram encontradas. Chegam à conclusão, então, que as caixas devem conter o segredo para a localização dessas placas.
Com o auxílio de um músico, que nota variações nas canções das caixas, e com uma sugestão inesperada de Watson, Sherlock consegue descobrir parte da mensagem. Os bandidos, igualmente, somente têm parte do código, e a luta passa então a ser para obter o código inteiro e, por conseguinte, as matrizes do dinheiro.
O detetive da Baker Street é atraído por Hilda Courtney à casa desta, que deixa propositalmente uma ponta de cigarro no apartamento de Holmes, que faria certamente o detetive chegar a ela, pois um estudioso das variedades de fumo. Lá chegando é preso e quase morto. 
Durante a prisão do detetive, Hilda se aproveita da estupidez de Watson, e consegue a terceira caixa de música, completando-se a mensagem, reveladora de que o objeto por todos desejado estava na prateleira de Samuel Johnson - ou seja, no museu deste renomado literato e dicionarista inglês do século XVIII.
Mais uma vez, Watson, sem querer, auxilia Holmes para que esse decifre a charada, e descubra a parte da mensagem que ainda não conhecia, citando, inadvertidamente, uma frase de Samuel Jonhson (cuja frase mais famosa deve ser que "o patriotismo e o último refúgio do canalha). Holmes rende a quadrilha dentro do museu. 


Nota IMDB - 6.9. Merecido. Gostei bem mais deste filme do que de  "Noite Tenebrosa". 

terça-feira, 20 de março de 2012

SHERLOCK HOLMES - NOITE TENEBROSA (1946), de ROY WILLIAM NEILL - 20.03.2012

Mais um dos muitos filmes de Sherlock Holmes com Basil Rathbone como o famoso detetive e Nigel Bruce como seu escudeiro Dr. Watson, feitos lá na década de 40.
Trata-se do furto do diamante "Star of Rhodesia", que carrega consigo uma maldição, de que todos que com ele tenham contato morrem violenta e repentinamente.
Sherlock Holmes está no trem, para acompanhar Margaret Carstairs, possuidora do Star of Rodesia, pois houve em Londres uma tentativa de furto da jóia, e há a aposta de que haverá nova tentativa de furto durante a viagem. Watson chega atrasado, quase perdendo a viagem, acompanhado do Maj. Duncan-Bleek, seu amigo militar.
Acho que já assistira a esse filme, e no primeiro contato de Holmes com a Sra. Carstairs, ele pede para ver o diamante, e sem que ninguém perceba, o troca por uma réplica, o que percebi facilmente porque me recordei do filme. E, PQP, lembrei do final.
Há vários suspeitos - as usual. O filho de lady Carstairs é morto, o diamante é roubado. Um professor velho e rabugento - Kilbane, um casal de meia-idade - os Shalcross, Vivian Vedder, uma femme fatale, o major Duncan-Bleek, além de Sherlock, Watson e Lestrade estão no vagão, e daí há de sair o responsável pelo furto e pelo assassinato. Vivian Vedder teve sua mãe morta, e a leva em um caixão de Londres a Edimburgo. 
Descobre-se que o caixão tinha um fundo falso, em que um ladrão veio oculto. Este trabalhava para o Cel Moran - que nunca aparecera na história, e surge quase inacreditavelmente apenas por dedução de Holmes, dados os hábitos de furto de jóias de tal personagem. 
Ao cruzarem a fronteira entre Inglaterra e Escócia, sobem ao trem policiais escoceses, que passam a interrogar os passageiros, e Holmes revela que o Maj. Duncan-Bleek é o Cel. Moran - e o artíficie de todo o esquema. O policial escocês então o prende e pretende levá-lo. Ocorre que Holmes percebeu que esse é um falso policial - por detalhes inacreditáveis, e numa confusão e briga generalizada, ele consegue (sabe lá deus como), fazer com que o falso policial leve Lestrade sob custódia (e este os prende após descerem do trem), recuperar - quase como um prestidigitador - o Star of Rodesia que aparentemente ficara sob custódia do falso policial, enquanto Sherlock tem Moran preso, e o leva para Edimburgo. Sucesso do detetive, fracasso do cinema.


Nota IMDB: 6.9 - Não vale tudo isso. Um filmezinho simples, curto, mas com bastante movimentação, as ações em ritmo frenético, mas a forma com que as soluções são apresentadas beiram o completo absurdo, mesmo considerando se tratar de Sherlock Holmes. Um 5 tá bom.

segunda-feira, 19 de março de 2012

A MANSÃO DO TERROR (THE PIT AND THE PENDULUM - 1961), de ROGER CORMAN, 18.03.2012

Quando se fala nos filmes de terror dirigidos por Roger Corman, esse The Pit and the Pendulum (O abismo e o pêndulo, ou no título brasileiro, A Mansão do Terror) sempre é citado com um dos melhores dos trabalhos do cineasta baseado nas obras de Edgar Allan Poe.
Mais uma película da American International Pictures, com os produtores James H. Nicholson e Samuel Z. Arkoff - grandes produtores do terror da década de 60 e 70. 


Francis Barnard (John Kerr) vai fazer uma visita à casa de sua irmã e de seu cunhado Nicholas Medina (Vincent Price), sabendo que algo de errado houve com sua irmã, que ela está morta, mas sem saber exatamente como isso se deu.
Lá chegando, toma conhecimento que ela já morreu há três meses, e que não há propriamente um túmulo, mas que ela foi enterrada dentro da própria mansão, seguindo um costume da família Medina, espanhóis - aparentemente. 
A mansão em questão, em que habitam  Nicholas e sua irmã Catherine Medina,   pertenceu ao pai de ambos, Sebastian, um nobre espanhol, presumo, que tinha como seu ofício pertencer e participar da Santa Inquisição (a história se passa no Século XVI), tendo no porão de seu castelo, uma masmorra para torturas no intento de obter as confissões da Inquisição. 


Ao se aprofundar na pesquisa das razões da morte de sua irmã, Barnard que inicialmente fora informado que uma doença no sangue vitimara o coração de Elizabeth, ao travar contato com o médico da família - Dr. León - é informado de que Elizabeth morreu de medo, de terror, que fez seu coração parar. Que a atmosfera pestilenta da casa, os horrores ali vividos e que impregnam as paredes, somada ao fascínio mórbido que a câmara de tortura exercia sobre Elizabete a levaram à morte
A infância e os temores de Nicholas vêm à tona, revelando-se que quando criança, viu seu pai Sebastian matar a esposa e o irmão, porque teriam um caso, e mais, em verdade, ele teria torturado sua esposa quase até a morte, tendo-a enterrado viva para aumentar o sofrimento. Esse fato causou em Nicholas um terror profundo, de que Elizabeth também poderia ter sofrido um "premature burial" - há um filme a que já assisti - link aqui, que trata também dessa questão - e essa possibilidade é que aflige Nicholas


Começam a haver manifestações espantosas, aparentemente de Elizabeth, e tanto para afastar os medos de Nicholas, como para se afastar a hipótese de Elisabeth ainda estar vagando pela mansão, resolvem exumar o corpo da morta, quando os piores temores se confirmam: Elizabeth foi enterrada viva.  
Nicholas, transtornado, pensa em se matar e fica purgando suas culpas, quando Elizabeth volta a lhe chamar, ele segue a voz até o túmulo, quando sua esposa se levanta de sua esquife, e passa a persegui-lo já transtornado, o fazendo cair escada abaixo, aparentemente morto. Nesse momento, Dr. León chega e se revela a verdade: Elizabeth e León eram amantes, e tramaram toda a farsa - cuja condução coube a este último, como amigo de Nicholas e quem atestou falsamente a morte de Elizabeth -  para, dado o passado de Nicholas, o dobrarem psicologicamente para então poderem viver seu romance adúltero. Elizabeth faz um discurso para o corpo de Nicholas, falando da infeliz sina deste: mãe adúltera, tio adúltero, esposa adúltera, melhor amigo adúltero.
Nicholas, no entanto, revive - ou sai do estado catatônico em que estava - mas agora assumindo a personalidade de seu pai, o torturador D. Sebastian. Ele então resolve torturar Leon e Elizabeth, como se fossem eles sua mãe e tio adúlteros (Isabelle e Bartholomé). Ele logo consegue prender Elizabeth na "dama-de-ferro", ou Iron Maiden, e passa a perseguir León, que cai em algum abismo, não sendo mais encontrado. 
Quando Francis Barnard vai ao encontro de Nicholas, este, paranóico, assume agora que Francis é León/Bartholomé, e o prende, levando-o ao "pêndulo" - outro instrumento de tortura - do título. Enquanto a lâmina se aproxima do corpo de Francis, finalmente Catherine e o empregado do castelo chegam, conseguem derrubar Nicholas/Sebastian no mesmo abismo em que já está o corpo de León, e param o pêndulo segundo antes de este estraçalhar Barnard
Enquanto deixam a sala de tortura, ao fechar a porta, Catherine diz que nunca mais ninguém botará os pés naquela sala, momento em que a câmera se dirige à "dama de ferro" e Elizabeth esta lá, viva, e seus olhos não podem expressar mais nada exceto o horror.


Nota IMDB - 7. É por aí mesmo. A seqüência final, em que Elizabeth aterroriza Nicholas após deixar seu "túmulo" tem um suspense muito bem construído, que vai num crescendo impressionante até a cena do pêndulo, e o final em si mesmo, com a  morta ainda em vida Elizabeth, adúltera e dissimulada, tudo isto cria um filme muito interessante. As histórias de Poe, filmadas com o grupo Corman-American-Arkoff-Nicholson, são bons de se ver, com uma estética parecida (e de filmes B, sem perder o interesse), e temas que parecem recorrentes, mortes simuladas, enterros prematuros, torturas, emparedamentos de pessoas vivas, etc. Vale o entretenimento.

sexta-feira, 16 de março de 2012

DESENCANTO (1945), de DAVID LEAN - 16.03.2012


Um filme do diretor de A Ponte do Rio Kwai, Lawrence da Arábia (não assisti a nenhum deles, falha minha), aqui estamos diante de um romance - ou da impossibilidade deste - em que Laura Jesson (Celia Johnson), uma dona de casa do subúrbio de Londres, com dois filhos e um marido bom, se apaixona por um estranho que conhece numa estação de trem (belas imagens em preto e branco, dos trens chegando e partindo, com a fumaça de suas chaminés) - o médico Alec Harvey (Trevor Howard), igualmente casado - e com ele inicia um flerte, depois encontros inocentes num crescendo, e por fim se entrega - brevemente - a essa paixão.
O filme inicia com uma aparente despedida entre Laura e Alec Harvey, interrompida por uma amiga falante de Laura, e esta então volta para casa, para seus encontros noturnos habituais com seu esposo, com conversa, leituras e palavras cruzadas com o marido boa-praça. Ali, ela começa a reviver, na memória, os encontros furtivos com Alec, e em monólogos internos, imaginariamente, explica a seu marido Fred o que houve, e lhe pediria desculpas se fosse possível. 
Nesse rememorar, revive o primeiro encontro, em que Alec a auxilia a retirar um cisco dos olhos (fuligem do trem), os encontros casuais em um restaurante, a primeira ida ao cinema juntos; os encontros posteriores, já combinados, e os últimos, já apaixonados, para enfim para consumar a traição - com o medo da retaliação da sociedade.
Enquanto o caso vai evoluindo, as culpas, os medos, o remorso, as mentiras para o marido, misturados à paixão, aos sentimentos dos amantes, indicam um caminho de difíceis escolhas. Ambos sentem que querem ficar juntos, que não querem se afastar, mas ao mesmo tempo têm certeza que o relacionamento não será possível, e que logo terão de se separar. Contra a vontade de ambos, Alec finalmente vê o modo de evitar a continuação daquela relação, aceitando uma proposta de emprego na África do Sul. 
O filme faz toda a retrospectiva do relacionamento, com Laura devaneando no sofá de sua sala, à frente de seu para trazer de novo às cenas iniciais, do último encontro com Alec na estação de trem, e onde vemos que realmente seus últimos momentos juntos, em que se despediam, e conversavam se voltariam a ser ver um dia, se um escreveria ao outro, as últimas palavras de amor são interrompidas pela amiga faladeira que enfastiava Laura, evitando que eles dissessem seus últimos sentimentos um para o outro. Ela ainda sai do bar para tentar ver Fred pela última vez, mas este já partiu em seu trem.
Corte para a sala residencial em que Laura permanece absorta em seus pensamentos quando seu marido Fred percebe que algo está errado, e mesmo sem saber exatamente o quê, percebe alguma infelicidade em Laura, e sente que ela esteve distante, e a agradece por voltar para ele. 
Esteticamente, tem-se uma fotografia em preto-e-branco muito bonita, muitas imagens refletidas, nos espelhos, nos vidros do trem. 
Nota IMDB - 8.1. Um bom filme, mas eu não daria tanto assim. Um 7, talvez.

segunda-feira, 12 de março de 2012

F/X - ASSASSINATO SEM MORTE (1986), de ROBERT MANDEL - 11.02.2012

Filme interessante, de meados da década de 80, em que o australiano Bryan Brown vive Rollie Tyler, um especialista em efeitos especiais (imagino que FX queira ser uma corruptela fônica para effects) contratado pelo Departamento de Estado dos EUA para simular - com suas técnicas de efeitos cinematográficos - o assassinato de um mafioso (Jerry Orbach interpreta o gângster Nicholas di Franco) que entra no programa de proteção à testemunha, a fim de que os mafiosos que seriam delatados parem de lhe procurar, e ele passe a não mais correr riscos até seu testemunho. 
Tão logo o falso crime é perpetrado, Rollie passa a ser perseguido pela própria polícia, porque em princípio haveria uma bala verdadeira dentro da arma e Rollie teria realmente matado Di Franco. A namorada de Rollie é logo morta, em mais uma tentativa de eliminar Tyler.
Mas, já se vê que com a morte e a rápida eliminação do assassino, ficaria o ato como uma ação individual, de um só homem, e encoberta a real intenção do assassínio. 
Não fosse isso, há uma segunda reviravolta ao se ver que Di Franco que não era para ser assassinado de verdade, e o teria sido, em verdade não o foi. Tudo não passava de um plano dos homens do Departamento do Estado para fingir que Di Franco morrera, e assim, retirá-lo do país para que o dinheiro que ele roubou da máfia durante sua "carreira" pudesse ser usufruído por ele e pelos funcionários públicos corruptos (Lipton e Mason, que foram os responsáveis pela contratação de Rollie).
Brian Dennehy (de quem gosto muito) vive o policial Leo Mccarthy, um casca dura que foi o responsável pela prisão de Di Franco, e não compra a história do assassinato, pois parece estranha a história da morte de Di Franco, que embora em um programa de proteção à testemunha, estava solto para jantar sozinho em um restaurante, sem acompanhamento policial. Mason, além disso, ao saber da morte de Di Franco, não esboça dúvidas, fazendo Mccarthy achar que ele não tivera a curiosidade normal para um policial. Ademais, com a ajuda de uma funcionária que cuida do banco de dados, descobre dados importantes a respeito dos agentes do Departamento de Estado. Igualmente, ao invadir a casa de Tyler, vê um padrão nos tiros esboçada num boneco, o que lhe faz pensar que há coincidências demais na morte de Di Franco.
Ao lado da desconfiança de Mccarthy, Tyler passa a usar suas habilidades em efeitos especiais para investigar o que houve, e para perseguir seus algozes, que o pretendiam o assassino louco e solitário. 
Mccarthy e Tyler, cada um por um caminho diferente, chegam à mesma solução, e finalmente se encontram na casa em que Mason, Di Franco e Lipton estão prontos para efetuar sua fuga e, depois, depositarem o dinheiro na Suíça. Tyler consegue fazer com que os bandidos e seus capangas se matem, e ele fica com a chave do cofre. 
O filme termina com Tyler e Mccarthy na Suíça, dividindo o dinheiro, o que me pareceu absolutamente desnecessário, até porque Mccarthy parecia o tira inflexível no cumprimento de seu dever.  


Acho que o filme tem uma trama um pouco simplista, o final é ruim, mas me parece que o filme trata um pouco do próprio cinema, mostrando o que não é, representando, fazendo o que não é ser. Boa diversão, num filme que já passou na TV aberta mais ou menos umas 500 mil vezes. 
Nota IMDB - 6,5. É pra isso, talvez um pouquinho mais.  Roger Ebert, por exemplo, dá boa nota.

domingo, 4 de março de 2012

O GRANDE SEGREDO (1946), de FRITZ LANG - 18.12.2011 e 03.03.2012

Um filme de espionagem feito logo após o final da II Guerra, dirigido pelo alemão Fritz Lang (preciso ver o seu Metrópolis, já tenho o filme com os minutos adicionais encontrados na Argentina), em que a história é bem contada, até a metade. Depois perde o interesse.

Uma mensagem de que os alemães estão importando uranitita e monazita em grande quantidade (para obterem Urânio-235 e Tório) é remetida ao serviço secreto americano, embora de forma incompleta, pois a contra-espionagem alemã consegue matar os agentes aliados. Um dos responsáveis do serviço secreto fica preocupado e procura o professor Alvah Jesper (Gary Cooper) e ambos chegam à conclusão de que os alemães - assim como os americanos do Projeto Manhattan - estão atrás de obter a bomba atômica, e têm probabilidade de serem bem sucedidos num futuro próximo.

Jesper, então, até por falar alemão, é enviado à Europa para travar contato com uma cientista húngara (a Hungria estava sob dominação da Alemanha), Katerine Lodor,  que consegue ir à Suíça para tratamento de saúde, e que confirma que Itália e Alemanha estão trabalhando juntas para obter a bomba atômica, e que ela não poderá permanecer junto aos aliados, pois isso levaria à morte dez húngaros anti-nazistas por dia. Jesper oferece a Lodor, então, uma proposta: que ela volte, sabote os avanços do Eixo, e passe informações aos aliados. Antes de se fazer os acertos, entrentanto, Lodor é seqüestrada. Numa tentativa de resgate dessa cientista, os alemães, preferindo que ela não caia em mãos dos aliados, a matam. Antes de morrer, ela dissera a Jesper que ela estava trabalhando com um físico italiano, Giovani Polda, e cabe a Jesper ir atrás desse cientista para evitar o sucesso do bomba do Eixo.

Já na Itália, onde entra clandestinamente, é ajudado pela Resistência italiana (principalmente Gina - Lilli Palmer, por quem Jasper irá se apaixonar) para encontrar Polda, que está trabalhando em fissão nuclear para os alemães, a contragosto, porque sua filha está sequestrada pelos alemães, que só a mantêm viva enquanto Polda servir aos alemães. Jesper propõe libertar a filha de Giovanni, além de salvar o próprio Polda das mãos dos alemães. 
A resistência vai atrás da filha do cientista, a tira da mão dos alemães enquanto  Jesper conseguirá levar Polda ao lugar em que marcaram um encontro. Até aqui o filme vem bem; quando deixa e espionagem de lado e se concentra em Jesper e Gina o negócio dá uma desandada.
Quando os dois grupos se reúnem com suas tarefas que imaginavam realizada, vê-se que o plano da resistência não teve completo sucesso, pois quando Polda vê a mulher que seria a sua filha, e não é, descobre-se que os alemães souberam do esquema e encurralaram os resistentes, tendo há muito tempo já matado a filha de Polda
Cercados pelos alemães, enquanto alguns resistem ao ataque, Jesper, Polda e Gina fogem pelo porão da casa, em direção ao um campo próximo, para que Polda possa ser posto em um avião e ser levado para longe da influência nazista. O avião decola com Polda e Jesper, e Gina resolve ficar para continuar sua luta na resistência.
O romance entre os dois protagonistas enfraquece o  filme com lugares-comuns do romance impossível durante a guerra, a despedida no avião e a promessa de uma volta não sabida. Um filme menor de Fritz Lang.


Nota IMDB: 6.6. Por aí, até menos.