quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O PALHAÇO (2011), de SELTON MELLO - 26.08.2012

Segundo filme dirigido por Selton Mello - depois de Feliz Natal - é para mim um filme muito bonito.
Um circo pequeno, de interior - no filme perambulando pelo interior de Minas Gerais - lida com as dificuldades comuns a uma pobre trupe mambembe.
Selton Mello (Benjamin e palhaço Pangaré) é o filho de Valdemar (ou palhaço Puro Sangue), vivido por Paulo José, e é agora o responsável pela organização do circo, função que até pouco era exercida por Valdemar, pelo que se depreende do filme. 
Benjamim, embora palhaço que faz os outros rirem, vive sempre taciturno, preocupado, quer com o dinheiro para manter a trupe, quer com situações pequenas do cotidiano - um sutiã grande para uma integrante do elenco do circo, e tem como sonho comprar um ventilador para espantar o calor. 
O circo tem os palhaços, D. Zaira (Teuda Bara) dois músicos, um mágico, um anão e alguns outros participantes, dentre eles a bela e jovem Lola, namorada de Valdemar, um senhor - que, entretanto o trai e furta dinheiro do circo, aparentemente sem o conhecimento de seu namorado. 

O filme, então, sucede com a apresentação de números circenses, a combinação para agradar personagens importantes em cada pequeno município, as recepções à trupe nesses municípios, as dificuldades com o funcionamento do circo - alvarás, licenças e as respectivas propinas dadas para garantir as apresentações ou para se livrar de problemas (a pequena participação de Moacyr Franco como um delegado é muito boa), as dificuldades da vida - Benjamin sequer tem documentos - apenas a certidão de nascimento.
Durante todo o tempo, Benjamin fica em dúvida do que fazer, de sua capacidade para administrar o circo, e também tem questionamentos se não deveria abandonar a vida circense e fazer outra coisa de sua vida, estabelecer-se em um lugar fixando, deixando a vida nômade. Uma paixão platônica com uma menina que se apresenta a ele e diz que estará em outra cidade e que o circo deveria se apresentar por lá também o faz pensar em mudar de vida. 
Finalmente, Benjamin confessa a seu pai que deixará a companhia. No mesmo dia, enquanto parte a caravana ficando Benjamin a acompanhar sua ida, Valdemar pede a Lola o dinheiro que ela furtara do circo. Quando ela entrega, Valdemar diz que ela deve sair do caminhão e deixar o circo, não sem antes lhe dar o dinheiro que ela furtara, dizendo que ela precisaria. É uma bonita cena, em que Valdemar vê que Lola é semelhante a seu filho, uma jovem que provavelmente terá melhor sorte longe do circo. 
A propósito, Paulo José realmente está bem no filme. Normalmente, sua doença traz cacoetes a sua interpretação, e estes me afligem. Neste filme, eles não transparecem e o "Valdemar" é uma boa personagem.
Na cidade, Benjamin aluga um quartinho de hotel, tenta arranjar emprego, tem de correr atrás de documentos, e finalmente arranja um trabalho burocrático qualquer, para finalmente correr atrás daquela mulher que lhe convidara a ir a sua cidade. Lá, encontra a moça, noiva ou casada com outro. Tudo era uma ilusão. 
Benjamin compra um ventilador, e volta para o circo que, afinal, percebe ser sua vocação.
Nota IMDB - 7.6. Um pouco menos, mas um belo filme, sem dúvida.

domingo, 12 de agosto de 2012

TESTEMUNHA DE ACUSAÇÃO (1957), de BILLY WILDER - 01.08.2012

Um advogado criminalista, famoso por suas defesas em casos impossíveis - Sir Wilfrid Robarts (o ótimo Charles Laughton) - se recupera de um princípio de infarto e tem recomendações médicas para não mais voltar às lides criminais, restringindo-se às causas cíveis.
É quando Leonard Vole (Tyrone Power) é trazido ao seu escritório por Mayhew, pois suspeito da morte de uma senhora com certa posição social. Embora Wilfrid em princípio apenas ouça as alegações de Vole para formar seu convencimento sobre a procedência ou não da acusação, e pretende encaminhar o caso a um colega seu - Brogan Moore (John Willians), em certo momento ele resolverá assumir a defesa do acusado. 
Com o teste do monóculo - de forma a forçar algum nervosismo e algum ato falho do suspeito - Wilfrid se convence da inocência de Leonard, comenta algumas táticas defensivas com Brogan Moore.
Quando o encontro está terminado, e Wilfrid dá os últimos conselhos a Brogan, especialmente em como tratar a esposa de Vole para que esta não tenha faniquitos - esta chega ao escritório. Christine Helm (ou Vole), vivida por Marlene Dietrich, já desprezando os conselhos de Wilfrid, pois ela declara não desmaiar para nunca perder a graciosidade ao cair, e que não que gosta de ver água jogada ao seu rosto, para não borrar a maquiagem.

Wilfrid reluta, mas em poucos minutos, ele já está no escritório acompanhando as perguntas de Brogan Moore a Christine, e dada a frieza desta no que toca às perguntas sobre seus sentimentos em relação a Leonard, o advogado acha perigoso usá-la como testemunha de defesa, e resolve, de uma vez por todas, assumir a defesa do caso, contra a recomendação de todos (médicos, assessores, enfermeira, etc.). 
A única prova da defesa, então será a palavra de Leonard em seu interrogatório perante o júri, pois existe o receio de que Christine ponha tudo a perder, embora o marido confie nela, pois este acredita que somente sua esposa poderia confirmar seu álibi - na hora da morte, Leonard já estaria em casa, e logo, impossibilitado de matar a vítima.
É relevante dizer que Leonard conhecera Christine durante a II Guerra, e esta era uma artista alemã, e logo após breve romance, eles casam e Leonard a traz para viver na Inglaterra, salvando-a da pobreza do pós-guerra na Alemanha - e sem saber que ela já era casada (era mesmo) com um alemão que ficou na Alemanha Oriental durante a guerra.
Começa então o julgamento, em que o advogado de defesa se sobressai, com objeções processuais brilhantes - e corretas tecnicamente. Iniciam-se as oitivas das testemunhas, entre elas o chefe da Scotland Yard, a empregada da morta, e, surpresa: Christine - e eis o título, como testemunha de acusação.
As primeiras testemunhas apresentam apenas indícios circunstanciais que Laughton consegue relativizar, diminuindo a importância de tais testemunhos, mas quanto a Christine...

Chamada à bancada, ela desmonta por completo o álibi de Leonard, confirmando os horários da acusação, colocando seu marido na cena do crime, embora o advogado vivido por Charles Laughton consiga ao menos criar dúvidas quanto à veracidade do testemunho de Christine, mostrando que ela já mentira diversas vezes: para o próprio Leonard, ao omitir ser casada anteriormente na Alemanha, possibilitando um novo casamento; às autoridades britânicas para casar de novo, embora agora bígama; à polícia, ao depor confirmando o álibi agora desmentido.
Interrogado, Leonard jura inocência, afirma que a tese da acusação não tem sentido, que sua esposa Christine mentiu deslavadamente, por alguma razão na sabida. É apresentada contra o réu a circunstância de ele ter sido visto em companhia de uma morena em uma agência de viagens, vendo os preços de cruzeiros de luxo, ao que Leonard  contra-argumenta ter sido uma mera brincadeira, por ter sido desprezado na loja, e por pirraça, ele apenas perguntara os preços das viagens mais caras. 
O resultado do julgamento (assistido pela enfermeira de Wilfrid - responsável por conter seus excessos pós-infarto e uma mulher que muito se comove com os lances do julgamento) é uma grande incógnita, embora a tendência seja de condenação, até porque houvera uma mudança no testamento da mulher assassinada, sendo Leonard o beneficiário de 80 mil libras da herança da morta. 
Então, na noite anterior ao da conclusão do julgamento, com as alegações finais de parte a parte, Wilfrid recebe uma ligação de uma completa desconhecida, que diz ter provas da má-conduta de Christine, e com ela se encontra na estação ferroviária. 
Ali, uma maltrapilha cockney revela segredos de Christine, principalmente uma série de cartas em que esta manteria contatos com seu novo amante, onde estariam plasmados seus planos de incriminar a Leonard, negando o álibi de seu marido, embora verdadeiro, para poder seguir sua vida com o novo amor. 
Parênteses: No site de Marlene Dietrich (http://www.marlenedietrich.org/noteWitness.htm), ela afirma ter vivido a aleijada cockney - um tipo de inglês de uma certa região de Londres, com dialetos e sotaques distintos do londrino típico), embora pareça difícil de acreditar, tamanha a dessemelhança entre tal personagem e a persona Marlene Dietrich.

Então, no último dia da sessão do júri, antes do encerramento, o advogado de Leonard chama ao banco das testemunhas, uma vez mais, Christine, e após esconder as cartas de que tem posse e que lhe foram entregues pela maltrapilha cockney sob seus livros de precedentes, começa a ler, em um papel branco, o que seria o conteúdo das cartas da alemã para seu amante. 
No ato, Christine repele veementemente que tais cartas lhe pertencem, até porque os papeis de carta que usam eram da cor azul e não da cor do papel que estava sendo lido, momento em que  estratagema do advogado vivido por Charles Laughton se mostra brilhante - ele exibe as cartas escondidas sob seus livros, todas da cor azul.
Com base nisto, Leonard é absolvido.

As cenas finais nos reservam a grande surpresa - se não quiser saber, não leia: Encerrado o julgamento e absolvido o acusado, Wilfrid permanece no plenário achando que há algo estranho, a história que levou à absolvição ficou muito perfeita, sem falha alguma, e isto não lhe cheira bem.
É quando Christine adentra no plenário vazio e revela toda a farsa, que tudo foi preparado, que ela era a cockney que entregou as cartas ao advogado (em um trabalho de atriz que era), possibilitando o descrédito completo de seu primeiro testemunho, o planejamento para que ela fosse ouvida como testemunha da acusação para dar mais veracidade quando a defesa aparecesse com as cartas, e depois novamente chamada à bancada, espantando o advogado com seu plano.
Nesse instante, Leonard, que saíra absolvido e livre do Tribunal do Júri volta, é abraçado por Christine pela brilhante farsa que ficara toda sob responsabilidade dela, confessa o crime, e festeja que  agora estava completamente livre, pela impossibilidade jurídica de alguém vir a ser julgado duas vezes pelo mesmo crime, uma vez absolvido. 
E então, mais uma reviravolta: a morena mencionada na visita à agência de turismo durante o interrogatório do acusado - que vimos ser aquela mesma mulher bastante emocionada durante o julgamento ao lado da enfermeira de Wilfrid - chega também ao plenário, quando Leonard se desvencilha do abraço de Christine e beija apaixonadamente sua nova amante, revelando-se mais uma farsa, da qual a vítima agora é sua esposa alemã, que realmente tudo fizera por amor a Leonard.
Christine então pega, da mesa de evidências, a faca utilizada por Leonard para assassinar Mrs. French (Norma Warden) e mata seu marido, com uma facada, sendo presa nesse mesmo instante, sob os gritos de pavor da amante de Leonard e o olhar incrédulo de Wilfrid

"What a remarkable woman", é o que pode sentenciar Wilfrid, desistindo definitivamente de sua aposentadoria, deixando o plenário disposto a fazer, doravante, a defesa de Christine, até mesmo sob a aprovação de a sua até então relutante enfermeira, que inclusive revela saber que na jarra de café do advogado este guardava um conhaque de boa qualidade.

Nota IMDB: 8.4. Um pouquinho menos, talvez; mas, sem dúvida, um filmaço. Diálogos incríveis, atuação soberba de Charles Laughton, um final surpreendente com um grande twist, mas cuja possibilidade já tinha sido mencionada brevemente - ou seja, sem furos absurdos e que irritam, e uma dubiedade muito interessante (por exemplo, o casamento anterior de Christine, com um alemão antes da guerra é uma possibilidade real, mas ao mesmo tempo, pode apenas ser mais um detalhezinho para dar veracidade ao esquema montado pela alemã para inocentar seu marido), que nos deixa sempre atentos e surpresos. Assista.

O SEXTO SENTIDO (1999), de M. NIGHT SHYMALAN - 22.07.2012

Rever um filme cujo final - que é surpreendente na primeira vez - já se sabe tem um pouco da graça diminuída, mas, mesmo assim, vale a revisão, ainda mais quando a primeira vez a que assisti a tal filme foi em seu lançamento no cinema.

Bruce Willis é o psiquiatra infantil Malcolm Crowe, que na noite em que é condecorado pela comunidade da Filadélfia e está comemorando com sua esposa Anna (Olívia Willians), quando têm seu quarto invadido por um ex-paciente de Dr. Crowe - Vincent Gray, em uma caracterização impressionante de Donnie Wahlberg - e Vincent, depois de dizer que o médico não o ajudou, o diagnosticou erradamente, e nunca ter entendido o medo que Vincent sentia em ficar sozinho, dispara um tiro na barriga do médico e logo em seguida se suicida.
Temos então o corte para algum tempo depois (próximo outono) - o que se revela um truque interessante para a seqüência do filme, quando o médico está observando um menino, Cole Sear (Haley Joel Osment), que parece ter problemas parecidos com o de Vincent. No início, Cole é bastante reticente em aceitar ajuda, é um menino recluso, sem amigos, que se considera um anormal, e Crowe não consegue diagnosticar corretamente o problema do  menino.
Com o passar do tempo, Cole começa a se abrir com Malcolm, e após ser importunado por alguns colegas de escola em uma festa de aniversário, sendo trancafiado em um sótão, Cole é internado com trauma psicológico e alguns arranhões. No hospital, conquistada a confiança do menino, este diz ao médico que o seu segredo - e seu problema - é que ele vê gente morta, todo o tempo (I See dead people).  Malcolm então desconfia que o problema de Cole é ainda mais sério do que ele imaginava, que aquele tenha algum delírio paranoico; mas nós, os espectadores, podemos então realmente ver que Cole vê mortos, pessoas que morreram e o atormentam, lhe infligem medo.
Malcolm desiste de atender o menino até perceber que o problema do seu novo paciente pode ser o mesmo daquele que o alvejou, Vincent. Comprova tal suspeita com a escuta das antigas fitas das sessões de terapia de seu ex-paciente, em que há um fenômeno de captação de vozes de pessoas mortas que conversavam com Vincent em um momento em o médico deixou a sala da consulta.

Ao mesmo tempo, Malcolm tenta "resgatar" seu casamento com Anna, que aparentemente vai mal, inclusive um colega de trabalho dela passa a dar em cima dela, mas não é bem sucedido, vemos cenas em que Anna não dá atenção a Malcolm, especialmente a do jantar de aniversário, a que ele chega atrasado, e ela rapidamente deixa o restaurante, apenas lhe desejando "happy aniversary".

A partir do momento em que Malcolm passa a acreditar em Cole, e este lhe conta das experiências sensoriais, de que os mortos têm raiva, por vezes o agridem, Dr. Crowe acredita que os mortos podem estar precisando de ajuda, e então Cole começa a auxiliar os "dead people" que vêm até ele, fazendo cessar as agressões e o seu próprio medo - o episódio da menina envenenada é o mais bem descrito no filme, mostrando a culpa da madrasta, deixando clara a missão de Sear - auxiliar os errantes.
A partir daí, Cole passará a ser um menino normal, que interage com os mortos para resolver questões irresolvidas e, aparentemente, liberando os espíritos atormentados que vagavam pela terra. Sear passa a viver normalmente em seu cotidiano, melhorando a problemática relação com sua mãe (após revelar que fala com os mortos e regularmente mantém contato com sua avó morta e que esta se orgulha de sua filha), bem como em seu cotidiano escolar, onde era um excluído. Essas questões, porém, ainda serão secundárias, de acordo com o que está por vir, não como qualidade fílmica, mas pela surpresa que o filme reserva.

Quem não quiser saber o final do filme - o que considero bastante improvável tanto tempo depois de o filme ter sido lançado - não leia o restante.
Resolvida a questão do menino, Dr. Malcolm volta à sua casa, pois a situação com sua esposa Anna continua em aberto - acolhendo a sugestão de Cole de falar com sua esposa enquanto esta dorme - eles "conversam", falam da falta que um sente pelo outro, até o momento em que Anna deixa a aliança de Malcolm cair no chão, revelando então que o protagonista do filme está morto. Lembro-me de no cinema ter ficado bastante surpreso com a revelação, e que o filme deveria ter encerrado nesta exata cena - impressão que mantenho até hoje, treze anos depois. As cenas subseqüentes, para não deixar qualquer dúvida de que Dr. Crowe estava morto, ele liberando Anna para seguir sua vida sem preocupar-se com o morto, repisando os contatos - ou a ausência deste nas relações entre Dr. Crowe, sua esposa Anna ou a mãe de Cole - mostrando a marca de sangue seco na camisa do médico, ou explicando que os mortos só vêem o que bem entendem - como lhe dissera Cole - mostrando ainda por que ele não conseguia abrir certas portas, tudo para não deixar qualquer dúvida (se é que seria possível) de que Malcolm era uma das das "dead people" avistadas por Cole.

Nota IMDB: 8.2. É por aí, talvez um pouquinho menos. 
Há detalhes interessantes que somente uma segunda visão do filme, permite ver (ao menos para burros como eu), como ver que Crowe nunca troca a camisa com que foi baleado, várias vezes usa o moletom que tinha no dia do homicídio, o esfriamento do tempo cada vez que um morto fica com raiva, ou o destaque dado à cor vermelha em momentos de proximidade com os mortos são detalhes bastante interessantes, típicos da filmografia de Shyamalan que, certamente, tem seu charme e se constituiriam em dicas importantes para que o espectador mais astuto pudesse depreender, mais cedo no filme, que Crowe estava morto - conclusão a que nunca pude chegar na primeira vez que vi o filme. 

domingo, 5 de agosto de 2012

BARBOSA (1988), curta de JORGE FURTADO - 03.08.2012

Um dos curtas de Jorge Furtado, da Casa de Cinema de Porto Alegre. Antônio Fagundes vive um homem que, criança, esteve no Maracanazzo em 1950, acompanhado de seu pai. Uma mescla das imagens reais da final da Copa de 1950 com imagens fictícias. 
Fagundes volta no tempo, como objetivo único de ajudar o nosso goleiro, Barbosa, e evitar o gol Ghigghia.
Há uma entrevista real de Barbosa em que ele diz que nada mudará o passado, mas Fagundão viaja para mudar a vida do arqueiro e também a sua vida, expurgando as frustrações: as próprias e as do país. 
Ao chegar ao Estádio, sua missão é chegar atrás do gol de Barbosa, e alertá-lo do que haverá. Ao tentar entrar no campo, sofre um contratempo com um segurança, e só consegue chegar à baliza no momento do chute de Ghigghia, no exato instante chama por Barbosa, desviando sua atenção do chute, sendo responsável pelo gol sofrido, falhando miseravelmente em seu intento, que seria o de - revelado ao final do curta - dar um soco no ponteiro uruguaio.

"O homem é um ator que gagueja na sua única fala, desaparece e nunca mais é ouvido" - Shakespeare, em frase usada como epígrafe do filme.
Nota IMDB - 7.6. Sei lá, acho difícil dar nota para um curta, mas esse é bem legal. Boa montagem, boa idéia.