sábado, 17 de novembro de 2012

O ASSASSINO EM MIM (2010), de MICHAEL WINTERBOTTON - 09.11.2012

Uma bomba sem tamanho. Achei péssimo,
Casey Affleck é Lou Ford, um assistente do xerife local que já começa o filme fazendo um elogio do cavalheirismo dos homens do lugar (algum canto do Texas, aí pela década de 50), e se comporta muito bem, parecendo ser um ótimo caráter, até o momento em que recebe a missão de expulsar da cidade a prostituta Joyce vivida por Jessica Alba, a  pedido de seu chefe mas em verdade sob ordens do manda-chuva da cidade (Chester Conway, interpretado pelo subestimado Ned Beatty).
Logo se apaixonam, e ambos parecem ter uma propensão a sexo violento. 
Lou Ford, além da amante puta, tem uma namorada, uma moça do interior do Texas e professorinha, com quem ele pretende se casar, vivida por Kate HudsonO cara é fodão, tá o tempo todo transando com sua amante e com a namorada, todas o adoram. 
De repente, surge a ideia de ao cumprir a missão de expulsar Joyce, ele poderia se dar bem, porque a moça receberia 10 mil dólares para se mandar, como um cala-boca. Então, ele resolve matar Joyce com requintes de crueldade, a socos, desfigurando-a, e quando o filho do manda-chuva, que estava envolvida com a rapariga chega, ele também o mata, simulando agressão do rapaz e defesa da moça. 
Num primeiro momento a moça não morre, é transferida para um hospital de uma cidade maior - o que pode fazer o plano de Lou dar errado e ela revelar a identidade do agressor - mas, sem nada conseguir revelar, ela morre (aparentemente).
Ocorre que realmente fica muito pouco difícil imaginar quem tenha sido o assassino. Qualquer débil mental sabe que espancar alguém daquela jeito traz algum trauma nas mãos, mesmo com uma luvinha que a personagem usa. Depois, o sindicalista vivido por Elias Koteas desvenda desde logo o crime mas não conta a ninguém, e apenas não quer ser responsabilizada pois tem alguns problemas com Conway.
Quando o promotor (Simon Baker, interpretando o D.A. Howard Hendricks) começa a desconfiar seriamente de Lou e o cerco vai se fechando, uma das cédulas daqueles dez mil dólares é encontrado em mãos do adolescente Johnnie Pappas, amigo de Ford, sendo responsabilizado.
Ocorre que Lou é que passara a nota a Johnnie, ao abastecer seu carro após o duplo homicídio,e preso, pede para falar com Lou. Após a conversa na cela, Pappas não amanhece o dia vivo, está na cela, enforcado.
Lou passa a ser chantageado por um mendigo que certa feita ele maltratara, apagando um charuto em sua mão, pois este disse que vira Lou saindo da casa de Joyce após o assassinato. 
O cerco se fecha e então Lou resolve se casar com sua noiva Amy Stanton, e planeja fazê-lo em fuga; mas, na hora de fugir, nova mudança - assassina - de planos: Ford mata Amy a pontapés, consegue atrair o mendigo, tenta matá-lo para fugir de seu chantagista, mas este consegue fugir, sendo morto pela polícia sem nada contar, pois Ford anuncia aos 4 ventos que the beggar é que matara sua noiva.
Tudo vai ficando mais difícil para Ford, que parece se ver sem saída dadas a constante pressão do District Attorney e de um seu companheiro de polícia, que finalmente têm uma carta de Amy pedindo para que Lou se regenere. Lou vai preso, depois é mandado a um sanatório, mas nada confessa. Solto, continua a pressão, e finalmente, em sua casa, acuado, começa a atear combustível em tudo, para queimar tudo. 
É quando "tcharam", chega a rediviva Joyce, deformada, não restando mais escapatória. Mas, "tcharam", Joyce não está brava com Lou, até vai em sua direção, um pede desculpas ao outro, ou coisa assim, e Lou a esfaqueia, sendo então, ambos alvejados pelos policiais que estão dentro da casa, mas o fogo das armas e de um cigarro ou charuto de Lou detonam a explosão do combustível, criando um fogo cinematográfico de quarta qualidade, e todos morrem na explosão/incêndio. Maravilha, Maravilha, Maravilha (como diria Daltro Cavalheiro - quem não conhece olhe no youtube, a qualidade é do nível do filme). 

Tudo é muito superficial. Aparentemente há razões psicológicas freudianas que fazem com que Ford seja quem ele é. Seu irmão de adoção foi morto por um suposto estupro de uma criança, mas quem realmente estruprou foi Lou, ainda adolescente. 
Quando criança, a mãe (ou uma babá, o que não fica muito claro) de Ford, nua, pedia que ele a espancasse, batesse em suas nádegas. À certa altura Lou vê fotos de uma mulher nua - aparentemente a mesma mulher que pedia para apanhar.. 
Será essa perversão da uma mulher de sua infância/adolescência a razão para que ele veja em todas as mulheres a perversão que deva ser combatida, sem outra razão demonstrável. 
Um elenco de grandes atores coadjuvantes muito mal utilizados. Ned Beatty, Elias Koteas, Bill Pullmann, o cara do seriado The Mentalist - Simon Baker, Kate Hudson, Jessica Alba, além do protagonista Casey Affleck que já foi indicado a um Oscar, todos estes para fazerem uma belíssima porcaria. O livro é baseado em um pulp romance, e diz-se que o livro é interessante. Mas, o filme...

Nota IMDB - 6.2. Dou um 3 ou 4. Dureza.