segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A FELICIDADE NÃO SE COMPRA (1946), de FRANK CAPRA - 23.12.2012

Clássico de Natal, que há muito não assistia, é realmente um filme bastante bom. 
O início figurativo, com estrelas ou galáxias conversando entre si, atribuindo-se a um anjo ainda de segunda classe a missão de salvar George Bailey, que está pensando em se suicidar, pois há muitas orações em favor dele vindo da terra. Assim, já se sabe o que vai acontecer, mas não exatamente. O responsável pela "seção" de anjos da guarda, então, chama o anjo - Clarence (Henry Traves) - para ver assistir à vida de George Bailey (James Stewart) e ver porque ele merece ser salvo. 
Começa-se, então, a narração fílmica da vida de George: na infância, o salvamento de seu irmão de morrer afogado em águas congeladas, que fez o protagonista perder a audição do ouvido esquerdo; o seu trabalho na farmácia, em que impediu que o dono, comovido com a morte de seu filho, ministrasse por engano veneno a um cliente; os sacrifícios que fez para auxiliar seu pai e, principalmente, seu irmão, abrindo mão em favor deste de sua aspiração de viajar o mundo, fazer faculdade, realizar grandes coisas, optando por ficar e cuidar do negócio da família - um pequeno estabelecimento de empréstimo e crédito que é obrigado a assumir após a morte de seu pai sob pena de o negócio ser fechado, principalmente para crédito imobiliário para os habitantes de Bedford Falls, que viviam miseravelmente sob o jugo de Potter (Lionel Barrymore) - um banqueiro inescrupoloso que a todos domina, menos a família e o negócios dos Bailey. O seu casamento com Mary (Donna Reed), as oportunidades de enriquecer também deixadas de lado em razão do seu trabalho, da preocupação com os pobres, da necessidade de enfrentamento com Potter.
De sonho em sonho frustrado, Bailey vai vivendo, sempre fazendo o bem, até o momento em que seu tio Billy (Thomas Mitchell), que também trabalhava na casa de empréstimos, perde 8 mil dólares - dinheiro que garante a operação dos empréstimos - na hora exata em que depositaria o dinheiro no banco de Potter, e mais, poer erro entregando o dinherio ao prórpio banqueiro, ao entregar a ele um jornal que fala bem dos Bailey. Potter vê que perderam o dinheiro, fica com ele, e não devolve (o que realmente me incomodou não pela "insensibilidade" do banqueiro, mas como solução forçada do filme
Bailey, pela primeira vez, se desespera, pois a empresa falirá e seu destino pessoal está selado. Não vendo saída, recorre a Potter para obter o dinheiro, mas esse, por óbvio, nega, e já noticia que a imprensa e a polícia o esperam, pelo golpe aplicado nos clientes da casa de empréstimo. Com a observação irônica de Potter de que Bailey vale agora mais morto do que vivo, em razão da apólice de seguro de vida, o protagonista resolve se suicidar, e este o momento em que o anjo entra em ação, jogando-se no rio em que Bailey se precipitaria, forçando-o, assim, a um salvamento em vez do suicídio.
Logo depois, em uma conversa, desde logo Clarence se apresenta como o anjo da guarda de George, e este não acredita. Divagando, diz que melhor seria para todos se ele não tivesse nascido, e esse "desejo" lhe é concedido. 
Então, Clarence o leva para ver como seria Bedford Falls se George nunca tivesse existido. Em princípio, a cidade não mais se chama como Bailey a conheceu, mas sim Pottersville (a cidade de Potter); seu irmão morreu aos 9 anos, pois George não estava lá para salvá-lo; Mary ficou solteirona; seus grandes amigos não o conhecem; o clube de financiamento imobiliário faliu há anos, e a população continua vivendo nos bairros pobres comandados por Potter; o farmacêutico envenenou sua cliente, foi preso e virou um alcoólatra; sua mãe não o reconhece; a cidade virou um lugar de jogatina; George "pede" para voltar a viver, e aí as coisas se resolvem.
Ele volta a ver o valor de suas intervenções nas vidas de terceiros (essa a "lição) do filme, e como fez tanto bem aos outros, estes agora o socorrem, levando dinheiro para saldar o débito de 8 mil dólares, trazendo suas economias para ajudar Bailey. Fim, e feliz natal para todos.
 
Nota IMDB - 8.7. Talvez um pouco menos, mas ainda assim um ótimo filme.  

domingo, 23 de dezembro de 2012

CIDADÃO KANE (1941), de ORSON WELLES - 15.12.2012

O filme tido como o maior ou um dos maiores filmes de todos os tempos (esse ano, na lista talvez a mais respeitada, foi ultrapassado por "Viagem a Tóquio, de Ozu) dirigido pelo então jovem Orson Welles, e narra a trajetória de Charles Foster Kane - vivido pelo prórpio diretor.
"Rosebud" - suspira Kane em seu leito de morte, e deixa um bibelô daquelas esferas com neve dentro cair no chão e se quebrar, no momento de sua morte. Começara a retrospectiva, à moda de um Brás Cubas.
Então, começamos a ver um documentário sobre a vida de Charles Foster Kane, que parece ser o próprio filme, mas, de uma forma metalinguística muito bem realizada, vê-se que realmente se trata um documentário a que os jornalistas/atores do filme principal estão assistindo. Todos concordam que o documentário está bom, mas que falta algo, e lembram-se da última palavra falada por Kane, em vida, exatamente o famoso Rosebud, e saem à busca (principalmente um repórter de quem nunca vemos o rosto), do que isso possa significar para dar um enfoque mais aprofundado da vida do magnata recém-falecido.
Através de entrevistas com pessoas que conviveram com Kane (sua ex-esposa Susan Alexander), seus companheiros de jornal - o tablóide Inquirer, e por meio de busca ao diários de seu tutor Walter Parks Tatcher - o banqueiro a quem foi confiada a educação de Kane, logo após a mãe deste (interpretada por Agnes Moorehead, mais conhecida como a Eudora do seriado dos anos 60 "A Feiticeira") descobrir-se dona de uma fortuna em uma mina desativada. Mostra-se, em retrospectiva (e sempre que inicia um depoimento a retrospectiva será usada como forma de mostrar a vida de Kane), o dia em que o banqueiro chega à casa da família Kane, no interior dos EUA, e enquanto Charles brinca na neve com seu trenó trata da educação de Kane, que ao final , é levado pelo tutor e afastado de sua família para receber uma educação adequada. 
Tanto o diário como os depoimentos que se sucedem vão mostrando a história de Kane em ordem cronológica (mas também circular, em que os episódios retrospectivos se fundem, se misturam, trazendo diversos pontos de vista sobre o mesmo episódio), desde a infância, depois o momento em que Charles chega à idade em que assume o domínio sobre sua fortuna e resolve, sendo o sexto homem mais rico da América (ou do mundo, não me recordo bem), e resolve dirigir o Inquirer - com a ajuda de Jedediah e de Mr. Bernstein (Everett Sloane), um jornal meio falido, achando que pode ser divertida tal função, e mais adiante, sua meia-idade e velhice.
A partir daí começa sua saga de empresário da mídia, tornando-se um homem muito importante nos Estados Unidos e no mundo - há montagens interessantes, como por exemplo ele ao lado de Hitler ou insinuando que Kane elegeu Roosevelt presidente dos EUA. Dá-se a entender que o Inquirer inventou o jornalismo popular, as manchetes chamativas.
Há a ascensão de Kane, a sua queda com o crash de 1929, o ressureição do empresário, seus problemas pessoais, o casamento com uma sobrinha do Presidente americano logo transformado em acessório para Kane, preocupado realmente é com o seu jornal; o seu caso com uma (má) cantora de ópera - Susan Alexander, a quem ele transformará em esposa - e para quem ele constroi um teatro, e mesmo após o fracasso insiste que ela prossiga na cantoria, pois a desistência dela seria um fracasso dele, e ele não aceita qualquer insucesso.  
Também estão no filme sua amizade com Jedediah e o respectivo rompimento, o exílio deste em Chicago, e a demissão após o início de uma crítica desvastadora contra a performance de Susan em sua estreia operística; sua relação conturbada com seu tutor Tatcher, que logo após extinta a tutela é alvo da ira jornalística de Kane; a construção de Xanadu - na Flórida - e o exílio que a mansão se tornou para Kane em seus últimos dias, e antes disso, para Susan, que acabaria por largar "Charlie"; a campanha política ao governo do Estado, fadada ao pleno sucesso mas abortada por Kane se recusar a fazer o jogo de seu adversário, ficando ao lado de sua amante e pouco se importando com a revelação do caso, arruinando seu casamento com a parente do Presidente

Tudo vai nesse vaivém frenético, num ritmo narrativo impressionante, com Kane megalomaníaco, mas malsucedido em seus amores, em algumas de suas amizades; os negócios e sua influência no mundo com seu auge e declínio, até o momento em que Kane morre, com seu famoso último suspiro - "Rosebud".

Então, finalmente, temos um inventário de tudo o que há na mansão Xanadu (em que há uma impressionante coleção de arte), para ver se ainda se descobre algo sobre Rosebud. O jornalista incumbido da missão de descobrir qual era o tal Rosebud (algo como botão de rosa) desiste da missão, e conclui que ainda que fosse descoberto o que era ou qual o significado daquela palavra, isso não daria conta de explicar a complexidade de Kane e sua vida. Talvez Rosebud fosse alguma coisa que ele teve e perdeu, talvez algo que quis mas nunca conseguiu obter; de qualquer forma, não haveria como, apenas com essa descoberta, entender Charles Foster Kane. O repórter e seus acompanhantes abandonam a mansão e a câmera corta para os empregados da mansão colocando coisas sem importância no fogo, e entre elas, um trenó de neve, de madeira, em que, consumido pelas chamas, pode-se ler, escrito: "Rosebud".  A interpretação que me ocorre (há quem faça de forma muito mais elaborada) é de que, não importa tudo que Kane fez, viveu, seus sucessos, sua fortuna, a importância daquilo que vivera na infância, junto a seus pais, no interior, na felicidade de brincar na neve, isso era sua mais vívida memória, seu ideal de felicidade.


O filme tem uma importância enorme na história do cinema, parece que criou o padrão fílmico para os filmes falados, e inovou decisivamente desde que o fime falado surgira,  mas eu não sei descrever muito bem tais avanços, até porque não entendo muito de cinema - como o próprio blog diz, sou um narrador, não um analista. Parece que Orson Welles (então com apenas 25 anos) inventou lentes especiais para esse filme, que possibilitaram filmar coisas de um jeito que até então inexistia - toda a cena ficava em foco, pouco importava a profundidade da cena, inovou na montagem. Os flashbacks, a utilização da perspectiva de vários personagens para contar umahistória a utilização de narração radiofônica; um filme - o documentário News on the march - dentro do filme; a utilização de posicionamento de câmeras inédito [o contra-plongée da conversa entre Jedediah Leland (Joseph Cotten) bêbado e Kane, dentro da sede do jornal], entre outras inovações. Há muito mais, mas há de se ler alguém que entenda mais do que eu para perceber a grandeza cinematográfica do filme. 
E agora, depois de acabar o texto, começo a perceber que realmente há muito mais coisa a analisar no filme, a descobrir nas suas tramas, de forma que preciso, qualquer hora, voltar novamente a Kane.
Nota IMDB - 8.5. É por aí mesmo. Se eu fosse bom entendedor, deveria merecer até mais.

TUDO PELO PODER (2011), de GEORGE CLOONEY - 06.01.2012 e 23.12.2012

Nas primárias Democratas para a eleição presidencial americana, o candidato progressista Mike Morris (ateu, a favor do aborto, idealista, Governador de North Carolina), está disputando um caucus muito importante, em Ohio (ao passo que nesses dias a que vi o filme pela primeira vez, Mitt Romney vencia a primária republicana em Iowa - seria o candidato mas perderia para o democrata Barack Obama).
Nas pesquisas, ele lidera contra seu adversário, também democrata, o Senador Pulman, mais velho, e segundo o estereótipo do filme, mais conservador (o debate que é mostrado gira em trono do ateísmo de Morris).
Paul (Philip Seymour Hoffman) e Stephen Meyers (Ryan Gosling) são os principais assessores de Mike Morris. Paul o estrategista, e Stephen o responsável pelas notícias e contato com a mídia. 
Paul tem como objetivo único a vitória e princípio mais valioso a lealdade - sobre a inteligência ou capacidade inclusive, os valores não são o mais importante, ao passo que Stephen é um idealista, e acredita verdadeiramente em Morris, que como dito, parecia ser aos olhos de todos um candidato impecável.
Morris lidera em Ohio, segundo as pesquisas, tem no todo mais delegados do que seu oponente mas ainda não tinha a indicação garantida, havendo ainda um terceiro candidato (corrupto e retrógrado ao que tudo indica) já alijado da indicação, mas que conta com um número significativo de delegados, cujo apoio - disputado pelos dois concorrentes sobreviventes -  poderia definir o candidato democrata à presidência. Aparentemente vencerá. Stephen se envolve com uma estagiária - Molly, filha de um alto dirigente do Partido Democrata.
Contudo, Stephen  é assediado pelo estrategista Tom Duffy (interpretado por Paul Giamatti) do adversário democrata, para abandonar a campanha de Morris e aderir à de Pulmann, fica indeciso, mas não conta, inicialmente, a Paul o contato que teve com o adversário. Só após um revés nas pesquisas, que lhe tinha sido adiantado pelo adversário é que Stephen revela que tal tendência já estava em andamento.
Na cama com Molly, Stevie atende o telefone celular desta e do outro lado ouve a voa de Mike Morris - e a pressionando, descobre que esta teve relações sexuais com seu candidato "impoluto", e que Molly está grávida do seu "ídolo", diga-se, casado. Molly quer fazer um aborto mas não tem dinheiro para tal fim.  
Seguem-se lances de traição: Paul revela à repórter (Ida - Maris Tomei) de um jornal importante o encontro que  Stephen tivera com Tom Duffy, e esta começa a pressionar Stephen; este vai ao encontro de Paul e este diz que foi ele quem vazou a informação, facilitando (em verdade, forçando-o) que Stephen abandone a campanha, pois a lealdade é um valor acima de qualquer outro. Stephen é demitido, inconformado
Nesse meio tempo, Molly, que fez o aborto com a grana que Stevie arranjou pra ela, é esquecida na clínica - Stephen está às voltas com seus próprios problemas, com sua demissão, com a tentativa de obter a troca de lado que Tom lhe prometera - mas que agora não é mais importante, pois Stephen já está queimado, e Duffy conseguira seu objetivo mesmo sem a contratação (se não podia ter o melhor profissional de mídia da campanha, que pelo menos o outro lado também não tivesse). 
Assim, Molly volta sozinha ao hotel, e lá morre por overdose de remédios mais álcool - não se pode ter certeza se acidental ou suicídio. Stephen a vê morta, pega seu celular e com isso, chantageia Morris (dizendo que há uma ligação de Molly para o candidato), pedindo a demissão de Paul e o seu lugar no comitê, e, além disso, que faça o acordo com o Senador Thompson (Jeffrey Wright), abominado por Morris, dê-lhe o cargo que deseja - de Secretário do Estado (o cargo hoje ocupado por Hillary e logo por Kerry), enfim, faça as concessões que seu passado ilibado não permitiria, mas que o presente, com a relação extraconjugal e o aborto, impõe. 
E assim, tudo se resolve, na hipocrisia. Stephen é o novo chefe da campanha. Morris recebe o apoio do senador que despreza, ganha a indicação do Partido Democrata e continua com sua reputação de homem de propaganda de margarina; Paul deixa a política e arranjará um emprego em Washingon, com salário de milhão por ano; Thompson se habilita a ser Secretário de Estado, mas tudo com alguma conseqüência para todos os envolvidos, a perda da aura mítica, a perda da inocência, o cinismo, a realpolitik, enfim, o mundo tal como ele é, e não como devia ser. Vê-se que a expressão de Ryan Gosling vai mudando durante o filme, de alguém idealista e esperançoso para um cínico calculista. Nota-se em seu rosto as mudança. O filme termina com a indicação, a vitória nas primárias, não se chegando propriamente à eleição presidencial.

Parece-me que o filme tinha alguma intenção política inequívoca - estávamos próximos ao pleito de reeleição de OBAMA -  mas algumas situações previsíveis no roteiro e um final meio óbvio. Há thrillers políticos com muito mais intensidade, mas, de qualquer modo, é um filmezinho que vale a pena ser visto. 


Nota IMDB - 7.2. Daí pra menos. Um 5. E, sem dúvida, me parece um filme datado, e que ficará cada vez mais datado. Veja se tiver tempo.

domingo, 16 de dezembro de 2012

OS MERCENÁRIOS (2010), de SYLVESTER STALONNE - 24.11.2012

Neste filme de ação - e praticamente só ação, e muita ação incessante - tira-se um ou outra gracinha, mas no mais, não faz muito sentido.
O filme começa com um resgate de reféns em algum país da África, e o grupo de mercenários para tal empreitada é formado pelos dinossauros Sylvester Stalonne, Dolph Lundgreen (Ivan Drago, para os íntimos), Jet Li, Jason Statham, Randy Couture e Terry Crews, cada um com uma tarefa, atirador sniper, lançadores de facas, especialistas em tudo quanto é artes marciais.
Quando voltam aos EUA (onde se vê que Mickey Rourke também é da gangue, mas desistiu de ir a campo, por alguma coisa sentimental que ele sofreu em alguma batalha), logo lhes é oferecida uma nova tarefa, no imaginário país de Villena, matar o general comandante-em-chefe da republiqueta (encenada no Brasil). Essa proposta parece ser bastante difícil, é feita por Bruce Wyllis e recusada por Arnold Schwarzenegger numa pontinha como um mercenário de um grupo distinto do de Stallone (vemos numa cena todo o Planet Hollywood, mas não vemos cinema).

Numa primeira incursão à ilha apenas Stalonne e Statham, conhecem a filha do General Garza - Sandra (a brasileira Gisele Itié) fazendo o papel de uma latina inconformada com os rumos que sua Villena está tomando ao ser utilizada como uma grande produtora de Cocaína, isto porque Eric Roberts, um ex-agente de alguma agência tomou conta do país subornando o comandante-em-chefe. Assim, descobrem qual o real esquema, - na verdade a real contratação era para eliminar o grupo de Roberts e presumem que Bruce Willis era da CIA, mas esta não podia eliminar um dos seus - 
matam um boa parte do bando de Roberts e saem da ilha, tentando levar Sandra consigo, pois ela estará em risco agora que mostrou a realidade da ilha a estrangeiros. Contudo, corajosamente, ela resiste, o que impressiona Stalonne, embora num primeiro momento ele conclua que retornar a Villena seria simplesmente suicida.

Depois de umas conversas meio sem sentido com Mickey Rourke - em que esse sente não ter salvo alguém em alguma guerra, talvez na Sérvia, Stalonne decide que voltará sozinho a Villena, pois ficou comovido com a integridade da filha do ditadorzinho vendido pros traficantes, não querendo deixá-la à própria sorte. Aí vem um show de tiros, explosões, fogos, assassinatos, liberação de Sandra que fora feita refém, para que os mercenários, afinal, libertem Villena, o que evidentemente, é feito.
Voltam aos EUA, satisfeitos com a missão cumprida, e ficam no bar, discutindo, jogando facas no alvo, e outras coisa do gênero. Fim.

Nota IMDB - 6.5. Daria um 5, se tanto. 

A PERSEGUIÇÃO (2001), de JOE CARNAHAN - 15.12.2012

Este filme é muito ruim. Misture uma história inverossímil, um roteiro cabeludo, uma série de lições religiosas ou de auto-ajuda, algumas cenas de "emoção", lembrança dos parentes nas horas mais "oportunas" criar algum sentimentalismo e temos "A perseguição". Vejam se dá pra aguentar:
Liam Neeson (que agora deu pra fazer filmes como ator de ação, desde Busca Implacável até Esquadrão Classe A) é Ottway, um caçador de lobos contratado por uma petrolífera no Alasca. No começo do filme ele tá numa pior - ainda não se sabe por que, mas descobriremos que sua mulher teve alguma doença tenebrosa e morreu, até porque haverá no mínimo uns duzentos flashbacks de sua ex-amada, e resolve se matar. Então recita um poeminha, que depois se saberá ser de autoria de seu pai, que o faz desistir do suicídio. Teria me poupado duas horas de agonia, mas sigamos.
Então, num vôo para folga dos trabalhadores, o avião cai, e temos 7 sobreviventes. De tudo um pouco: o religioso, o negro, o latino encrenqueiro, o boa-praça, entre outros. 
Não fosse a situação de eles já estarem fodidos em razão da queda do avião, aparece uma matilha de lobos que começa a dizimar os sobreviventes, entre lembranças da família de cada um, discursos de religião entre outros, lições e debates filosóficos sobre a morte, redenção de homens perdidos no momento de morrer. Todos vão morrendo, um de hipoxia, um afogado, um num penhasco, outros mortos pelos lobos, até que, depois de uma viagem desgastante, Ottway cai exatamente, onde, onde? - No covil da alcatéia, e lá enfrenta o macho alfa do bando pela sua sobrevivência.
Graças a algum resto de sanidade de alguém que participou deste filme  pelo menos eles não mostram a luta entre homem e lobo, em que Liam Nesson cola com fita isolante, eu uma mão, a sua faca, e na outra, três daquelas mini-garrafinhas de bebida e as quebra para ter algo afiado (ainda que com 2cm), para não chegarmos a um ridículo atroz. 

Nota IMDB - 6,9. Dou um 2 ou 3.