domingo, 29 de setembro de 2013

VIAGEM À LUA (1902), de GEORGES MÉLIES - 28.09.2013

Esse filme de curtametragem - segundo os historiadores do cinema, o primeira longa só seria feito em 1906, um filme australiano chamado "The Story of the Kelly Gang" - com
quinze minutos de duração, é muito bacana.
Num congresso de sábios ou algo assim (astrônomos, provavelmente), um deles anuncia, explicando no quadro-negro que pretende fazer uma viagem à lua. Há uma grande algazarra, excitação, embora a encenação seja meio teatral - as câmeras são fixas, e portanto como se num palco teatral, as personagens são obrigadas a interagir.
Logo depois, em outra cena, a câmera capta os homens construindo a "cápsula espacial", em formato de um projétil de revólver, bem como o canhão lançador - também há uma cena em que parece que este canhão está sendo fundido, em um enorme buraco rodeado por fábricas.
Então, os exploradores embarcam na aeronave, esta é posta dentro do canhão lançador e os homens são disparados em direção à Lua.
Na cena seguinte, uma das mais clássicas seqüências do cinema: - a nave, em forma de projétil, disparada pelo canhão - vai em direção à lua, há aproximação com zoom - provavelmente com a aproximação da cena filmada -  e "aterrisa" no rosto da Lua, personalizada, sendo que o rosto ali presente é o do próprio Mélies. 
Da lua, eles vêem o Planeta Terra; ali, enfrentam selenitas e os explodem, vão em perseguição ao lider dos alienígenas e o eliminam, quando saem fugidos para o nosso planeta. No entanto, um dos habitantes lunares consegue se agarrar à nave e vem oculto à terra.
Aqui, são recebidos como heróis, principalmente o mentor de toda a viagem - o prof. Barbenfouillis (parece que retirado do livro de Júlio Verne) - há uma parada em sua homenagem, a inauguração de uma estátua em seu louvor. Por fim, são ainda obrigados a derrotar o selenita que veio à Terra pendurado à nave.
Efeitos especiais - os telescópios dos sábios se transformam em banquetas, um guarda-chuva vira um enorme cogumelo, os selenitas são explodidos pelos golpes dos exploradores; uma história de ficção científica, a presença de alienígenas, um roteiro, uma história, a imagem indelével da nave batendo na Lua. Tudo isso deve ser sempre visto, e entendido. É uma outra linguagem fílmica, de câmeras estáticas e planos abertos, e os atores agindo teatralmente - quase um teatro-mudo-filmado. Mas é muito legal.
E está muito fácil de ser visto. Basta procurar no youtube - há agora uma restauração do filme à cores (colorizado à mão, quadro a quadro). A única coisa insuportável é a música moderna que fizeram para acompanhar o filme, parece que de músicos conhecidos como "Air Duo". Horrível.
Nota IMDB -  8,2. É difícil classificar ou avaliar algo tão especial. Pelo valor histórico e a cena clássica antes narrada, e pela importância para a história do cinema, temos algo de valor incalculável e de impossível avaliação com uma simples nota.  

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