terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

DE REPENTE, NO ÚLTIMO VERÃO (1959), de JOSEPH MANKIEVICKZ - 05.02.2013

O ótimo Montgomery Clift é o médico-cirurgião Dr. Crukowicz, especialistas em cirurgias cerebrais, em especial a lotobomia (cirurgia em voga nos anos 40 que consistia, grosso modo, em desligar uma parte do cérebro através de uma cirurgia invasiva que cortava a comunicação entre lobos do cérebro e que, poucos anos depois, se mostrou um efetivo desastre), em um hospital público para tratamento de doentes mentais, com parcos recursos para sua manutenção.
Certa feita, Dr. Crukovicz é chamado à casa de Violet Venables (Katharine Hepburn), uma milionária da cidade, que perdeu seu filho Sebastian no último verão do título, durante férias na Europa. Esta, além de muita apegada a seu filho morto - que ela considerava um poeta, um artista - menciona que sua sobrinha está insana, que tem demência precoce. 
Catherine (Elizabeth Taylor) é a sobrinha de Violet, e quem acompanhava Sebastian quando este morreu, estava presente no momento da morte, em decorrência de um alegado ataque cardíaco, pois Violet não se sentia bem e não pode acompanhar seu filho nas férias. 
Então, em razão dessa loucura, Violet deseja que Crukovicz faça a lobotomia em Catherine, para livrá-la da loucura, para acalmá-la. Logo Crukovicz vai ao encontro de Catherine, tem um primeiro contacto com ela onde está internada, e logo a trás para o sanatório público em que trabalha.
Porém, em contato com a paciente, o médico logo desconfia da loucura da interna, e passa a investigar melhor o caso. Logo parece que não havia loucura de Miss Elizabeth Taylor, mas sim algo que se buscava esconder - algo que Violet Venables queria esconder - com a lobotomia. Esta inclusive oferece dinheiro à mãe e irmão de Catherine, bem como tenta convencer os médicos a fazerem rapidamente a cirurgia, para evitar que os segredos venham à tona.
Catherine reluta em se lembrar do que houve na morte de Sebastian.
As evidências começam a surgir, e se dá uma pista de que tanto Violet - enquanto jovem (Katherine Hepburn já era uma senhora)- e agora a ainda jovem Liz Taylor, eram apenas chamarizes para rapazes bonitos, conotando-se uma homossexualidade de Sebastian. Também não se afasta que houvesse uma relação incestuosa entre Sebastian e sua mãe. 
Quando vem o ultimato para que Catherine seja logo lobotomizada porque a verdade começa chegar à superfície, Crukowicz tenta uma última cartada. Leva todos à casa de Venables, dá um soro da verdade à "louca" Catherine, e esta então revela toda a verdade - ou melhor, revela em parte, porque o filme é todo cheio de insinuações, e as revelações são também dúbias, mas em resumo, que Sebastian realmente era homossexual, e onde se encontravam, ele usou Catherine para atrair rapazes pobres da localidade, e posteriormente, foi por eles morto e, aparentemente, canibalizado em razão de ser homossexual. 
Com as revelações, as aflições de Catherine são resolvidas, e Violet tem uma reação psicológica que a faz identificar Crukowicz como sendo seu falecido filho Sebastian. Estranho, muito estranho e resolvido abruptamente no que toca às questões fílmicas. 
O que parecia na primeira hora de filme ser uma provável boa história acerca de loucura, lobotomia, tratamentos psiquiátricos insanos, vira uma investigação sobre a conduta de Sebastian, seu possível homossexualismo, e os interesses de Violet em não ver revelados os segredos de seu filho (e talvez também os seus). 
Nota IMDB - 7,6. Acho que é pra menos. Um 6, se tanto. 

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