terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O CLAMOR DO SEXO (1960), de ELIA KAZAN - 11.02.2013

Este filme do grande diretor Elia Kazan não me disse muita coisa. Talvez nos anos sessenta fosse algo maior, e na época representada - por volta do final dos anos 20, início dos 30 do século passado - ainda mais. 
"Deanie" Loomis (Natalie Wood), uma garota pobre, cuja família tem suas economias na bolsa de valores para mandá-la à faculdade é a namorada de Bud Staemper (Warren Beatty), o rico filho do empresário do petróleo Ace Stamper. Bem-sucedido, jogador do time de futebol da escola, a esperança do pai petroleiro - e por isso mesmo subjugado pelas vontades deste. 
Temos o primeiro conflito do filme, o namoro entre pessoas de diferentes classes sociais. 

Além disso, o namoro sofre com as influências externas, principalmente dos pais dos jovens. O pai de Bud o fustiga para que vá a faculdade, largue a namorada, para que possa ser um grande homem, e realize os sonhos do pai. A mãe de Deanie quer evitar a qualquer custo que ela perca sua "honra", ou seja, que faça sexo com Bud - sempre a questionando se ambos ainda não "foram longe demais", embora veja um eventual casamento com Bud como uma ótima opção para as finanças da família. Deanie, além de tudo, é tratada sempre como uma criancinha, "my baby" - a chama sua mãe, sufocando, digamos, a sua transformação em uma pessoa adulta. 
Nessa questão da moral feminina, temos a irmã de Bud - Ginny (Barbara Loder), uma mulher solteira independente e de vida sexual ativa, que já fizera um aborto, e por isso é muito malvista na cidadezinha em que se passa a história, que reforça a pressão sobre Deanie.

Essas pressões, inicialmente não surtem efeito, mas posteriormente, e isso somado ao fato que Deanie não quer dar para Bud em razão de todas as implicações acima apontadas, aumentando a angústia deste (que acaba se envolvendo rapidamente com uma jovem conhecida por ser promíscua - fazem com que ele se afasta de sua namorada, a quem ama, sofrendo por isso. Deanie, contudo, sofre muito mais, tenta se apegar e manter o relacionamento com seu namorado - inclusive propondo que fizessem sexo de uma vez, mas este a repele - e tem uma crise nervosa (chega-se a insinuar uma tentativa de homicídio), uma síncope e fica muito perturbada - quase louca - e assim, é internada em uma instituição para pessoas com problemas mentais. Bud, dessa forma, sucumbe aos desejos de seu pai e vai estudar em Yale. Na verdade estudar não é exatamente o termo, pois ele vai à escola sem ter qualquer vocação para tal (seu desejo era apenas o de ser um proprietário rural), onde fica bebendo até que conhece a garçonete Angeline, que o ajuda. 
O filme inicia em 1928, e em 1930, com a grande depressão, Ace Stamper vê sua fortuna ir por água abaixo, e a família de Bud fica pobre. A morte do pai - a quem Bud nunca conseguiu contrariar - bem como a pobreza, finalmente permitem a ele viver como quiser. 
Dois anos e meio depois de sua internação, Deanie está recuperada. No sanatório, envolveu-se com um jovem médico, com quem precisa casar, não sem antes descobrir se realmente esqueceu Bud. Ela volta à sua cidadezinha no Kansas. Apesar da relutância de sua mãe, Deanie vai à fazenda em que Bud vive, e o encontra trabalhando com o gado, com a roupa toda suja, casado, pai de um filho e com sua esposa, a ex-garçonete Angeline esperando o segundo filho. Deanie diz a Bud que vai se casar.
Eles conversam um pouco, veem que a vida os levou a caminhos diferentes, e desejam boa sorte um ao outro e se despedem. No Brasil o filme se chama apelativamente "O Clamor do Sexo", mas o título original, "Splendor in the grass" se refere a um poema de Wordsworth, que em breve síntese diz que nada mais será como já fora, que antigamente as coisas foram melhores, que a inocência do passado já se perdeu, mas sempre há as lembranças do acontecido, que confortam. 
Enfim, o conflito de gerações, a opinião de terceiros regulando as vidas dos protagonistas, a eterna questão de relacionamentos entre ricos e pobres, as vontades não realizadas da juventude. São temos hoje já muito batidos, e a realização deste filme em particular não me convenceu. Nota IMDB - 7.6. Não achei para tanto. Um 5 ou 6.

Nenhum comentário:

Postar um comentário