segunda-feira, 11 de abril de 2011

1984 - abr.2011

Não há como sentir as sutilezas do livro neste filme. O livro é das melhores coisas que já li. Uma crítica devastadora ao socialismo soviético.
John Hurt faz o papel de Winston Smith. Suzanna Hamilton (a quem não conhecia) faz o papel de Julia.
Não há como captar os monólogos internos de Winston Smith, as suas dúvidas, o seu inconformismo com o INGSOC - o socialismo inglês. O gim intragável, o cigarro vagabundo, a comida sempre a mesma.
A nostalgia do que não conheceu também não pode ser sentida em toda a intensidade no filme.
Acho que o trabalho de John Hurt está bem feito no papel do proletário Smith.
A discussão sobre o que o Estado consegue fazer com o indivíduo, mesmo com a fraqueza do filme, ainda consegue ser bonita. Pode o Estado destruir até o que há de mais íntimo, de mais pessoal do indivíduo.
O encadeamento da impotência perante o Estado, o incoformismo, a revolta (e o relacionamento com Julia), a passagem à resistência, a captura, a rendição e a capitulação não é tão bem demonstrada.
A parte mais longa do filme é a tortura infligida por Richard Burton - O'Brien - a Winston Smith, para destroçá-lo psicologicamente, até o clímax com o ratos, em que Winston pede que se faça tudo a Julia, sendo este momento aquele em que aquilo de mais íntimo foi roubado pelo Estado.
A conversa final entre Winston e Julia não tem o mesmo drama, e a declaração de amor ao "grande irmão" também não tem o mesmo impacto.
Como li por aí, sem ler o livro, o filme tem pouco impacto. Para quem leu, fica um pouco melhor.
Um livro nota 10, um filme nota 6, pois praticamente não se sente a opressão estatal como ela efetivamente devia ser. FADE OUT. THE END.

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