segunda-feira, 18 de abril de 2011

VÍCIO FRENÉTICO - WERNER HERZOG - 15.04.11

Nicolas Cage está muito bom no papel de um tira corrupto - embora muito dos críticos tenham dito que ele está over, com tiques, falando de si mesmo, aplaudindo a si mesmo, conversando com si mesmo no filme - viciado em crack, cocaína, heroína, que trabalha em Nova Orleans.
O filme ocorre logo após o Katrina, e inicia com Cage salvando um preso que iria morrer afogado dentro da delegacia após as enchentes (meio a contragosto, até chega a apostar em quanto tempo o cara iria morrer), e por isso, sendo promovido a Tenente - mas já vivendo com dores excruciantes e viciado em Vicodin (não é possível saber, e me parece que não, se o tal salvamento teve a ver com as dores nas costas).
No exercício do cargo de tenente, lhe é dada a condução de uma investigação sobre a morte de 5 africanos que teriam invadido o território e mercado de um traficante da região.
Em seu caminho, comete extorsões - principalmente para conseguir droga, furtos, alia-se ao traficante Big Fate (vivido por Xzibit) para dar-lhe proteção policial.
Está endividado com o seu bookmaker (que obviamente só representa o real apostador, aquele que paga e principalmente cobra as apostas), enrola-se ao proteger sua namorada (a prostituta vivida por Eva Mendes) de um filho de um político da região.
Então, todas os problemas em que está metido dão errado de uma só vez, perde no jogo e não tem mais dinheiro para apostar - tanto que extorque um jogador do time para que perdessem (e quando começa a ver o jogo, eles estão ganhando por larga diferença), a confusão da puta com o filhinho-do-papai-político o leva à ser vítima de uma extorsão de bandidos italianos que querem 50 mil dólares para resolver a situação.
Num lance que a mim me pareceu mais de sorte de que planejamento, a situação que tinha saído de controle se resolve com a morte dos italianos (e o filho do político vem lhe pedir arrego) pelos traficantes negros de New Orleans, a virada no jogo de futebol e uma grana para pagar suas dívidas de jogo, e por fim, a prisão desses mesmos traficantes por uma prova plantada pelo policial vivido por Cage - que os incrimina no caso da chacina dos africanos.
Em decorrência dessa "perfeita" atuação na descoberta dos assassinos, ele é promovido a capitão, e na solenidade de sua promoção, passado um tempo, tudo está na mais perfeita ordem. Ele não se droga, sua mulher/puta está grávida e limpa, seu pai e madrasta (que até então não tinham entrado na minha história, e realmente são bastante secundário) também largaram a bebida.
Tudo vai bem, mas Cage tenta uma recaída, numa cena praticamente reprisada de extorsão a jovens que saem de boates com drogas, mas quando vai chapar o coco, aparece aquele semi-afogado da primeira cena, que ajuda Cage (esse final é meio fraco, mas vá lá). De qualquer forma, a frase de Cage para o seu "anjo" é boa: "Às vezes eu tenho um dia ruim". E quem não tem?

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