domingo, 5 de fevereiro de 2012

INDIANA JONES E OS CAÇADORES DA ARCA PERDIDA (1981), de STEVEN SPIELBERG - 04-05.02.2012

Este filme trata da busca arqueológica pela "arca da aliança", a arca em que estariam guardadas as tábuas originais dos dez mandamentos, aquelas quebradas por Moisés quando ele volta do Sinai e o povo hebreu estaria a adorar outros deuses (o bezerro de ouro, se não me engano).


Há um prólogo em que Indiana Jones (desnecessário dizer que vivido por Harrison Ford) está, em 1936, em algum lugar da América Latina, em busca de uma estatueta de ouro, representativa de alguma entidade. As primeiras cenas de ação servem - e bem - para a apresentação da personagem até então inexistente (o aventureiro, de chapéu de feltro e chicote na mão), e sua expertise em recuperar artefatos arqueológicos, para logo então ser apresentado o primeiro de seus oponentes - o francês Bellocq, digamos um arqueológo mercenário. Mas virão outros (os nazistas).


Corte a para a universidade em que Indiana leciona (vê-se então que além de tudo ele é um erudito, um professor de arqueologia), e ali ele trava conversa com seu grande amigo Marcus (Denholm Elliott) sobre suas buscas e infortúnio com Bellocq. Marcus diz que duas pessoas do governo americano lhe buscam, e esses contam sobre as buscas dos nazistas por Tânis (cidade antiga, perdida no Egito) e pela arca da aliança, artefacto que o governo americano quer impedir que caía em mãos dos nazis, incumbindo Indi de encontrá-la antes dos alemães. Indiana replica que seu amigo Abner é quem conhece os pormenores dessa busca, mas ele está desaparecido, e eles tiveram um desentendimento (por causa de Marion, filha de Abner, com quem Indiana Jones teve um romance, e a deixou).


Por onde começar agora que Abner desapareceu? Indiana ruma para o Nepal onde encontra com Marion (Karen Allen), em busca de um medalhão que encaixaria no bastão de Rá, objeto importante para a localização da arca. Indi promete dinheiro para Marion em troca do artefato. 
Ali, ambos têm o primeiro confronto com os alemães, e especialmente com o Maj. Toht (Ronald Lacey), que seguindo Indiana desde os EUA, também está atrás do tal medalhão. Após uma confusão com troca de tiros, o medalhão fica com Jones, mas Toht, ao pegar o medalhão caído no fogo no meio da confusão, fica com os relevos do objeto marcados em sua mão. Marion, que agora teve seu bar incendiado, resolve acompanhar Indi em sua busca, para receber os prometidos 5 mil dólares que receberia pela entrega do artefato. 


Estamos agora no Egito, onde os alemães já estão escavando a toda velocidade, e não apenas no local inicial da expedição, mas já em um local indicado pela réplica do medalhão feita com base na queimadura gravada nas mãos do Maj. Toht. Ocorre que apenas um dos lados do medalhão ficou marcado na mão do oficial nazista, e no outro lado do artefato havia uma informação importante sobre a medida a ser aplicada ao bastão de Rá. Sem essa informação, os alemães tem a referência errada, e escavam em local equivocado.


Marion é raptada pelos alemães para que conte o que Indiana Jones sabe a arca da aliança, mas em verdade ela pouco sabe. Aqui no Cairo temos a famosa cena do espadachim vestido de negro, fazendo malabarismos com sua espada, e Jones acaba com o duelo antes mesmo de ele começar, com um tiro. 
Ainda na capital egípcia, Indiana recebe a ajuda de Sallah (Jonh Rhys-Davies), um escavador experiente, e com a medida correta do bastão, e com o uso do amuleto, passa a escavar secretamente, e encontra a Arca da Aliança. Uma vez, mais, contudo, ao amanhecer, quando Jones deixava a sala da escavação, Belocq vê o movimento suspeito no sítio arqueológico e simplesmente toma o artefato de Indiana, deixando o preso para a morte dentro do próprio local em que descobrira a arca.
Ele consegue escapar e os alemães já estão se preparando para ir a Berlim. Começa então uma seqüência de reviravoltas no que toca à posse da arca: os alemães a tem em seu poder, Jones empreende solitário, e a cavalo, uma perseguição a um comboio de carros e caminhões, conseguindo, sozinho, tomar a posse da arca e, com ela, ir até o Cairo, onde Sallah o ajuda a embarcar em um navio que o levará até Londres.
No meio da travessia, são interceptados por um submarino alemão, que recupera a arca e mais uma vez faz Marion de refém, conseguindo Jones ficar oculto no navio, e na hora da saída do submarino, ele se agarra ao submarino, que ruma até uma pequena ilha-instalação militar nazista, onde estes, por sugestão (e curiosidade) de Belocq, pretendem abrir a arca para conhecer o seu conteúdo, evitando que somente em Berlim ela fosse aberta e, lá, frustrado o interesse de Hitler, se nada de relevante houvesse.


Os nazistas, em procissão, rumam para um local cerimonial já preparado, e no caminho, mais uma vez Jones tenta recuprerar a posse da arca, mas desiste, porque implicaria destruir o artefato arqueológico, o que ia de encontra às suas convicções. Ele é preso. 
Em um cerimônia judaica emulada por Belocq, inicialmente abrem a arca e nada acontece, havendo apenas areia em seu interior. Todos estão frustrados, quando a arca finalmente "dá sinais de vida", primeiro fazendo falhar os equipamentos elétricos (de filmagem, por exemplo, para não deixar testemunho de o que iria acontecer), depois matando todos aqueles que ousaram desafiar o poder de deus, e/ou não se mostraram tementes (morrem todos os nazistas e Belocq) - Jones e Marion, amarrados, se salvam ao fechar os olhos para não verem a manifestação divina, e suas amarras são soltos pela manifestação do divino.

Novo corte abrupto - uma pequena falha de roteiro, a meu ver - e Jones e Marcus já estão em Washington, novamente tratando com os burocratas sobre a arca, querendo saber onde ela está, quem a está estudando, mas não obtêm resposta. Jones e Marion saem para beber enquanto a arca é lacrada num caixote de madeira e guardada num depósito com uma infinidade de caixas exatamente iguais, deixando os segredos e os poderes perdidos num depósito do governo.


Nota IMDB - 8.7. Não sei se é pra tudo isso, seria a nota mais alta entre os poucos mais de 100 filmes que já narrei aqui. Vale um 8, é um filme de aventura de grande qualidade (comparações com Allan Quatermain ou os filmes com Nicolas Cage buscando segredos americanos, ou ainda, o Código da Vinci seriam absurdas, tamanha a diferença entre os filmes). 


Interessante assistir ao vídeo acima, em que se pode ver que  Spielberg - de quem se diz sempre teve o sonho de dirigir um filme de 007, ou seja, um estilo de filme com o cânone cinematográfico perfeitamente estabelecido -  utilizou os clichês, os cânones dos filmes/seriados de ação e aventura, até com cenas que parecem mera refilmagem do que já feito anteriormente, os condensou num bom roteiro, com um elenco muito bem escalado (Harrison Ford ótimo; Denholm Elliott e Karen Allen entre outros, muito bem no elenco de apoio), filmou cenas de ação vigorosas, com um charme retrô, que garantem ótima diversão, tornando cinematográfico o que era televisivo ou já há muito estava esquecido em filmes antigos. Filme sempre agradável de se rever.

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