segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

ROBOCOP - O POLICIAL DO FUTURO (1987), de PAUL VERHOEVEN - 20.01.2010

Clássico dos anos 80, a que cansei de assistir na Globo, merecre ser revisitado. Peter Weller é o policial Alex Murphy - depois Robocop. Ao ser gravemente ferido, ele serve como cobaia para um experimento da polícia para a criação do "policial do futuro", um policial meio-homem, meio-máquina, que será a nova arma para combater o crime em Detroit.
A atividade policial de Detroit foi terceirizada - execução e planejamento - e está sob o comando de uma empresa, a OCP.
Murphy, remanejado pela OCP para uma nova delegacia, em sua primeira ocorrência na companhia da policial Lewis (Nancy Allen), é encurralado pela gangue de Clarence Boddecker (Kurtwood Smith, o ranzinza pai do protagonista de The 70's Show), e morto com sadismo. Primeiro lhe arrancam um braço, lhe dão vários tiros, e Clarence dá o tiro fatal, na cabeça.
Esse "resto" do policial humano será transformado em Robocop, teoricamente uma máquina de guerra sobre uma mera plataforma humana, sem memórias, sem sentimentos, e com três diretrizes básicas: respeitar a lei; proteger os inocentes e servir a população; e uma quarta diretiva secreta, a ser revelada oportunamente.
A OCP, além de ser a responsável pela criação de Robocop (em substituição ao ED-209, um protótipo que na apresentação mata um membro do conselho diretor e faz ficarem em pólos opostos, pelo poder na empresa, Dick Jones e seu subordinado Bob Morton - este que será promovido com a implantação do robô policial e representando uma ameaça a Dick na hierarquia da empresa), será a empreiteira responsável pela construção da "nova Detroit" - Delta City - que demandará uma grande obra, a contratação de um milhão de operários.
RoboCop se mostra eficientíssimo no combate ao crime, até demais, pois ao passo que combate o crime, logo começa a recordar o passado de Murphy, seu assassinato por Boddecker (que revela, ao ser preso, ser um protegido de Dick Jones - o número 2 da OCP). Boddecker, ademais, já matara Bob Morton, a mando de Dick
Quando o "policial do futuro" prende Boddecker e este revela a identidade de seu protetor, fazendo com que o próximo passo do homem de lata seja prender o próprio Jones, momento em que se revela a quarta diretriz de sua programação: não atentar contra os dirigentes da OCP, o que o levaria à automática desativação. 
Aparentemente, as emoções de Murphy fazem com que o ciborgue não morra/desligue apesar de programado para isso, e embora atacado por um ED-209 e pela força policial de Detroit, sob ordens da OCP, consegue escapar da emboscada, com a ajuda da policial Lewis.
Mesmo um pouco avariado ele se recompõe, e é atacado por Clarence e seus capangas, que recebera, para destruir Robocop, a promessa de Dick Jones que, durante a construção de Delta City teria o direito de explorar jogos, bebida e prostituição neste universo de um milhão de novos trabalhadores.
Com ajuda de Lewis, Robocop mata a turma de Clarence e vai até a sede da OCP, onde desmascara Dick Jones, mostrando o vídeo gravado em seu hardware, em que este confessa ter matado Bob Morton. Para tentar escapar, Dick faz o presidente da OCP de refém, e como ainda vigente a quarta diretiva, somente com a demissão de Dick ao vivo, pelo seu chefe, Robocop pode salvar o refém e se livrar do corrupto dirigente. Então, com a missão cumprida, é perguntado seu nome, pelo chefão da corporação, ele pode dizer: - Murphy.


O filme além de ser boa ação - embora o roteiro seja mais simples do que eu me lembrava - traz algumas questões interessantes, como os interesses corporativos sobre os interesses da comunidade, a importância dos contratos sobre o objeto da contratação. Ademais, a corrupção para a construção da nova cidade, a exploração de novos mercados ilegais. 
Também ataca de soslaio a desvalorização do humano, do trabalho policial, da autonomia do indivíduo perante um estado, e até mesmo a perda da autonomia do estado perante os grandes grupos econômicos - estávamos na época liberal dos anos 80). Há mais questões "contrabandeadas" - como afirmou Inácio Araújo em sua breve resenha na FSP de 19.02.2012, ou seja, um filme aparentemente apenas policial traz questões implícitas bastante interessantes. Assista e tire suas conclusões.


Nota IMDB - 7.5. Acho que isso aí. 

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