quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A ALDEIA DOS AMALDIÇOADOS (1960), de WOLF RILLA - 04.10.2011

O filme já começa direto, mostrando toda a paralisação, como se em transe, em coma, de toda uma cidade que até então funcionava normalmente. Gordon Zellaby (George Sanders) fala ao telefone com seu cunhado quando, de repente, simplesmente apaga, adormecido. O mesmo houve com todos os habitantes e animais da cidade.
Midwich, na Inglaterra, é esse lugar, que parece ter sido afetado em seu território, como se uma divisa separasse os que adormeceram, ou desmaiaram, e os que ficaram acordados.
Só então aparece o título do filme e os créditos iniciais.
De repente, sem mais nem menos, todos acordam e passam a viver, num primeiro momento, como se nada houvesse acontecido. Foram umas poucas horas, menos de 4 horas, de paralisia.
Então, algum tempo depois, descobre-se que todas as mulheres em idade fértil estão grávidas (algumas inexplicavelmente porque virgens ou distantes de seus maridos), exatamente a contar daquele estranho evento - inclusive a mulher de Gordon, Anthea (Barbara Shelley) e, finalmente, quando nascem as crianças, todas tem cabelos descoloridos e olhos brilhantes.
As crianças se desenvolvem em velocidade espantosa, crescem muito rápido, têm inteligência bem acima do normal, e aparentemente com poderes psíquicos, telepáticos. O filho de Gordon e Anthea, David (Martin Stephens, o mesmo que faz Miles em "Os Inocentes", já resenhado aqui nesse blog) parece ser o líder do bando.
Uma reunião de governo tenta decidir o que fazer com as crianças, aparentemente muito poderosas, de má índole, e cujo futuro não se sabe precisar se não poderiam subjugar os demais.
Chegam a um acordo de dar a tutela das crianças, por um ano, a Gordon, que é cientista, que pretende educá-las, dado o seu grande potencial intelectual.
As crianças conseguem ler pensamentos, logo conseguem controlar a mente dos outros, aprender o que eles podem ensinar, mas se recusam a dar qualquer explicação sobre sua origem, seus objetivos.
Quando passam a matar pessoas, decide-se que seria hora de agir contra as crianças, mas uma intervenção militar não adiantaria, pois se as crianças soubessem dos planos, elas poderiam modificar a conduta dos soldados.
As crianças percebem que estão em perigo, que vão tentar exterminá-los, e por isso pedem a Gordon que providencie vários lugares para que as crianças se espalhem e fiquem a salvo, para, mais tarde, fazerem grandes coisas, perpetuarem seus planos.
Gordon cria um plano para exterminar as crianças, arma uma bomba e vai dar sua lição habitual às crianças, com o pensamento em um muro de pedra, para evitar que as crianças descubram seu intento. A cena em que as crianças tentam desvender o que está por trás do pensamento do muro, e este vai ruindo, é muito boa. Acaba que as crianças não conseguem, a tempo, descobrir o intento de Gordon, e há a explosão. Esse é o filme.
O filme me parece só um filme de terror (pouco), de (bastante) ficção científica. Não quero procurar significados políticos. Há menções no filme a um outro grupo de crianças da mesma estirpe que estariam na União Soviética e que foram mortas por um ataque nuclear surpresa, para que as crianças não pudessem saber o que ia lhes acontecer e reagir. Poderia assim haver alguma pretensão de tratar da guerra fria, sobre o medo do alienígena, sobre o perigo que o outro representa, sobre a infiltração de agentes perigosos em vários lugares (o intento das crianças em serem mandadas para diferentes lugares para fugirem dos riscos e depois se reunirem) tudo isso é possível, mas me ative à ficção científica, que é bastante boa.
O filme poderia chamar a Aldeia dos Malditos, outra tradução para "The Village of the damned" e até fica a dúvida de quem seriam os amaldiçoados, se as crianças, ou aqueles que tiveram de conviver com elas.
Nota IMDB: 7,3. É por aí, bom filme.

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