segunda-feira, 2 de julho de 2012

O GAROTO (1921), de CHARLES CHAPLIN - 02.07.2012

Era 1921, e o cinema estava todo ali. Estou revendo esse filme depois de muitos anos (o filme de que ainda gosto mais de Chaplin é O Circo), e a  beleza é praticamente infinita. 
Uma mãe (Edna Purviance), pobre e solteira - um Cristo carregando uma cruz dá a dimensão do fardo a carregar - tem um filho em um hospital de caridade. Sem ter como sustentá-lo, o deixa em um "carrão", assim imaginando que a criança será adotada por uma família rica.
Acontece que o carro é furtado e os ladrões, percebendo que tem uma criança dentro do carro, a deixam em um beco de uma área pobre da cidade.
Em seu passeio matinal no subúrbio, o vagabundo Carlitos encontra o órfão, e tenta livrar-se dele, largando-o na rua mesmo, ou com uma mãe que tem outra criança, mas é impedido ou por esta ou por um policial da redondeza. Depois de algum tempo, ao ver o bilhete que a mãe deixa junto à criança, pedindo que se lhe dê afeto e amor, resolve criá-la, ainda sem saber sequer se é um menino ou uma menina. As cenas do bebê, num berço improvisado, e tomando uma mamadeira em um bule são bastante boas.


Passam-se então 5 anos, e o garoto já crescido ajuda na sobrevivência do vagabundo, especialmente quebrando janelas com pedras para que Carlitos possa consertá-las e assim arranjar algum trocado. Almoços e cafés da manhã dos dois são um deleite para quem assiste. A pobreza não impede Carlitos de amar incomensuravelmente a criança. 
A mãe da criança, sempre saudosa de seu filho e agora uma atriz de sucesso e rica, faz caridade com os pobres, e inclusive, por acidente, cruza com seu próprio filho, sem reconhecê-lo.
Após uma briga de rua, em que "The Kid" (o ótimo Jack Coogan) bate em um garoto bem maior. Logo após, o garoto cai doente, e ao ser consultado, o médico acha por bem que o guri não está em boas condições naquele pardieiro junto com um mendigo, sem uma mãe, e chama a instituição que cuida dos órfãos para levá-lo.
Em mais um quiproquó, Chaplin enfrenta o policial, o oficial de menores e seu ajudante, e consegue finalmente ficar com o menor. Essa cena aí acima ficou muito famosa, é aquela em que eles estão para levar a criança, ainda antes de Carlitos a recuperar.
No entanto, sem poder voltar para casa, Carlitos vai a um dormitório para pobres, e ali, o responsável pelo albergue vê um anúncio de uma recompensa de mil dólares pelo menor (eis que a mãe vira com o médico o bilhete que escrevera no momento em que abandonou o recém-nascido), e resolve raptar o menino e entregá-lo na polícia.
Desolado sem o garoto, Chaplin vai a seu pardieiro, e até sonha com o menor, em cena bem feita, em que eles inclusive chegam a voar, quando é acordado por um policial, e por ele levado, sem saber para onde. Quando chegam em frente a uma grande casa, a porta é aberta e lá de dentro saem o garoto e sua mãe. Um abraço entre o menor e o vagabundo encerra o filme. 


Um filmezinho de apenas uma hora, feito em 1921, e espetacular. Cenas hilárias, outras comoventes, gags clássicas de Chaplin, um roteiro simples mas bem construído, um clássico, enfim.
Nota IMDB - 8.3. Vale tudo isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário