quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

CONTÁGIO (2011), de STEVEN SODERBERGH - 06.01.2012 e 09.01.2013

Esse filme de Soderbergh trata de uma eventual pandemia, uma epidemia mundial, causada por um vírus.
O filme trata dois problemas em paralelo, parece que exatamente como o controle epidemiológico deve agir. De um lado, tentando descobrir qual a origem da epidemia, tanto a localização - em que lugar surgiu o vírus - quanto o paciente zero, o vetor inicial da contaminação. De outra banda, o que fazer para debelar, ou ao menos controlar a pandemia. 

Assim, primeiro ouvimos um tosse, com a tela ainda em fade, e logo  vemos Gwyneth Paltrow em Chicago, numa escala de um vôo vindo de Hong Kong falando com seu amante - Jon Neal, com que ela aproveitou pra tirar um sarrinho antes de retornar para seu filho e marido. Tal abertura tem a identificação de dia 2 - ou seja, o segundo dia da epidemia. 
Logo vemos mortes de duas pessoas em Hong Kong, e logo de um japonês no metrô de Tokyo, uma modelo em Londres.
A epidemia começa a se espalhar, e logo Gwyneth está morta, seu filho está morto, seu amante em Chicago também já morreu. 
Logo as  mortes se tornam preocupação tanto para a OMS quanto para o CDC - Center of Desease Control - americano, tentando estas instituições identificar de onde veio a doença, como tratá-la, o que parece ainda estar longe de ser resolvido.
Com o mapeamento das mortes, e algumas conexões entre elas, é possível estimar que o paciente zero provavelmente seja Gwyneth, mas epidemia continua a se espalhar rapidamente, chegando-se a uma previsão de possíveis mais de 70 milhões de mortes.
É interessante ver esses cálculos, os estudos sobre as formas de transmissão, a velocidade em que o vírus se espalha (em certa hora dizem que o humano encosta em seu rosto de 3 a 5 mil vezes por dia, ou seja, um vírus transmitido por contato é muito facilmente disseminado), a abrangência territorial da epidemia, e como ela pode se tornar global em pouquíssimo tempo, a preocupação dos órgãos estatais em não deixar o terror se espalhar globalmente. 
Isolado o vírus - parte com DNA de porco, parte com DNA de morcego - e replicado em laboratório, começam as tentativas de se produzir uma vacina efetiva.
Vê-se também como o ser humano reage em situações perigosas ou extremas. O egoísmo, a crendice em curas milagrosas, os aproveitadores da desgraça alheia (há o blogueiro vivido por Jude Law que propaga que tudo é uma manobra ardilosa dos governos junto a laboratórios farmacêuticos, e anuncia um remédio homeopático para a cura da epidemia, lucrando com isso, numa história um pouco solta dentro do filme), a desinformação, o uso de informações privilegiadas. Enfim, tudo de ruim aflora, com algumas exceções - sem alguma exceção heróica não haveria filme americano possível de ser realizado.
Finalmente aparece uma vacina possível (um dos macacos infectados com o vírus sobrevive), e então uma das funcionários do CDC aplica a vacina em si mesma, sem os testes necessários do FDA em humanos, para tentar demonstrar a eficácia do antídoto, e realmente tal vacina se mostra efetiva. 
Vêm então a espera pelo períodos de produção massificada da vacina, o sorteio daqueles que a receberão primeiro (em razão dos dias de aniversário), e finalmente e a vacinação, começando-se a debelar a epidemia, aproximadamente 4 meses após seu início, mas a vacinação ainda se estenderá por uma ano. 
Além da história meio solta do blogueiro, há a história de Matt Damon, casado com a Infiel Gwyneth Paltrow, que serve para dar algum lado romântico à história, pois após a morte da mulher, Damon tem de cuidar de sua filha, evitar que esta se contamine, impedindo-a de ver seu namoradinho, fazendo um bailinho de formatura depois que o menino é vacinado. Enfim, uma história desnecessária. 
Mas, no que toca à epidemia, o filme é bastante interessante.
Ao final, começado o filme no segundo dia da epidemia, é hora de retornar ao dia 1, ao momento do surgimento do vírus, em que um morcego come uma banana, voando a deixa cair entre os porcos, esse é morto, levado a um restaurante em Hong Kong, onde o chef que o prepara se contamina com o vírus, o passa a Gwyneth Paltrow, ao ser a ela apresentado, e aí, estamos novamente no início do filme. 

Nota IMDB: 6.7. Dou um 7. Gostei.

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