sábado, 7 de abril de 2012

O GRANDE GOLPE - THE KILLING (1956) - de STANLEY KUBRICK - 15.07.2011 e 05.04.2012

Um filme curto de Stanley Kubrick - o seu primeiro filme autoral - sobre um
O filme em inglês chama The Killing (ou a matança) e no Brasil pelo título dá-se a impressão de que o golpe será técnico, ao passo que o título em inglês dá outra impressão, ver-se-á, bem mais realista.


O belo início do filme, com a preparação de um páreo no hipóderomo, em fotografia preto-e-branco, com uma música de suspense, já dá uma ideia do que vem por aí. Marvin Unger (contador e senhorio de Johnnie Clay, e que gosta muitíssimo deste, como a um filho), num páreo importantíssimo pouco se importa como resultado, tendo apostado em todos os cavalos, apenas para travar contato com certas pessoas (o barman Mike O'Reilly e o atendente do guichê de apostas George Peatty) que participarão do golpe, para lhes entregar um certo endereço em que se realizará um encontro.


Uma narração em off traz à tona os demais personagens do golpe:
Randy Keenan, o policial se encontra com Leo (um bookmaker, talvez), e aparentemente tem problemas com jogo, e se compromete a pagar uma dívida em duas semanas.
Johnnie Clay ( Sterling Hayden), o mentor da turma, ex-presidiário por um pequeno golpe, acredita que agora é a hora de um grande, pois tanto os pequenos quanto os grandes têm as mesmas conseqüências. Ele tem uma namorada - Fay (vivida por Coleen Gray) que esperou durante os cinco anos em que Clay ficou no presídio. 
A apresentação em separado dos integrantes da quadrilha, suas motivações para participarem do esquema (a mulher doente do barman; o senhorio que gosta do líder do bando; a mulher ambiciosa e interesseira do caixa do hipódromo - Sherry, que o abomina em razão de não ter prometido as juras de riqueza; as dívidas do policial), funciona muito bem. Já temos os motivos. Basta a execução. 
A esposa do patético George Peatty (Elisha Cook), Sherry (Marie Windsor) consegue tirar de seu marido fraco as informações sobre o futuro golpe, e logo conta a seu amante, Val Cannon (Vince Edwards). Este ao contrário de Sherry, que apenas tencionava enganar seu pobre marido, logo tem a ideia de ficar com a bolada toda, de todo o grupo.


Então há o encontro dos cinco golpistas. Duas outras pessoas serão contratadas, mas não entrarão no rateio do butim. Suas incumbências serão, uma, de fazer um trabalho com um rifle; outra, de iniciar uma briga no bar. Prevêem que o golpe dê dois milhões de resultado, acertam que o assalto tem de ser realizado na hora da coleta do dinheiro, ao fim da tarde. Sherry tenta espionar o encontro, mas é supreendida, e Clay conversa com ela e a manda ficar quieta que terá a sua parte (ou melhor, poderá se aproveitar da parte de seu marido).
Três dias depois, em um clube de xadrez, encontra com Maurice, que será o que iniciará a briga no bar. Também contata o atirador - Nicky - para matar um cavalo.


No dia do golpe, tudo vai saindo dentro do planejado, a guarda das armas, a preparação da fuga pelo aeroporto, a infiltração da arma nas dependências do hipódromo, o tiro no cavalo que lidera a corrida, a participação de cada um dos comparsas. O mecanismo narrativo, de ir mostrando a preparação e o itinerário de cada um dos participantes do golpe, o seu dia, os horários em que fazem cada coisa, e a repetição, a cada mudança de personagem, do anúncio do início do sétimo páreo - a hora do golpe - é muito eficiente e cria um clima de suspense bastante bom.


Arranjada a briga no bar, desviando-se a atenção dos guardas, tudo começa. George franqueia a Clay o acesso ao interior das instalações em que fica o dinheiro, que é roubado e jogado janela afora, em que o policial do grupo espera para escapar com a grana. Cada um toma seu rumo para, mais tarde, se reunirem e dividirem a bolada. Johnnie Clay se atrasa um pouco, e nesse ínterim, Val Cannon e um parceiro chegam ao esconderijo para assaltar todo o grupo. O dinheiro ainda não está ali, e George, no exato momento da chegada do amante de sua esposa não está na sala. Ele já volta atirando e mata Val, dando início a um tiroteio em que restam todos mortos: três dos cinco participantes do assalto, Val e seu comparsa, além de George, mortalmente ferido. 
Este, contudo, ainda consegue deixar o covil, no exato instante em que Johnnie ali chegava. Conforme o combinado, se houvesse algo aparentemente errado, Clay deveria sair do local e a divisão do dinheiro seria feita apenas posteriormente. George vai para sua casa e ao chegar, sem vê-lo, Sherry o chama pelo nome do amante, e George a mata, morrendo também em conseqüência dos ferimentos.
Clay, com o dinheiro, precisa fugir. Compra uma mala bastante grande para acomodar o dinheiro que até agora estava no saco utilizado no roubo, mas a valise tem um problema na fechadura e não tranca. Vai para o aeroporto junto de sua companheira Fay, tenta levar a mala consigo, no interior do avião, mas não é possível pelo tamanho da valise, e é obrigado a despachar a "bagagem". No carrinho de bagagens, uma freada brusca faz a mala ir ao chão, abrir, e todo o dinheiro é espalhado pelas hélices dos aviões, sumindo o sonho do dinheiro. Ainda resta a Clay tentar escapar, mas na saída do aeroporto, alertados os policiais pelos gerente da companhia aérea, Clay é cercado. Fay diz que ele ainda deve tentar dar no pé, mas Johnnie vaticina que agora isso já não vale a pena, não tem importância. 
Nota IMDB - 8.1. Merece! Filmaço com uma montagem espetacular. 

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