quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A VIDA ÍNTIMA DE SHERLOCK HOLMES (1970) - de BILLY WILDER - 02.11.2011

O filme começa 50 anos após a morte de Watson (Colin Blakely), dentro de um banco, em que se abre seu baú que somente após esse tempo deveria ter o conteúdo revelado, e ali dentro se contêm os segredos, a vida privada de Sherlock Holmes.

Volta-se então a 1887, quando Holmes (vivido por Robert Stephens) se vê aborrecido, sem nenhum caso interessante, e esse tédio faz com que ele exercite seu vício cocainômano..
Dois casos que lhe são apresentados são rejeitados por irrelevantes, mas que assumirão importância adiante. Primeiro o sumiço de 6 anões de circo, rapidamente dada por banal por Holmes, haja vista que a recompensa seria muito pequena para encontrá-los, deduzindo que era apenas uma questão de avareza do dono do circo, e os pequenos resolveram encontrar outro emprego; e o desejo de uma grande bailarina russa em ter um filho, com Sherlock devendo ser o pai recebendo de paga um Stradivarius, para que a criança fosse bela como a bailarina e inteligente como Sherlock, não sem antes ter sido explicado que o detetive não era a primeira opção (foram considerados Tolstói - velho, Nietzche - amalucado e Tchaikovski - homossexual, muito boa a tirada, esses gênios estavam vivos a tal tempo). Sherlock rejeita o pedido, também dizendo-se homossexual, e que vivia com Watson.

Então surge o caso que deveria ser desvendado: aparece uma francesa - Gabrielle Valadon, vivida por Genevieve Page - desmemoriada na porta do 221-B de Baker Street. Ao passo que ela vai recobrando a memória, o problema é posto. Seu marido (Eugene) inventou uma bomba de ar - um compressor podemos dizer - e trabalhava para a Jonah (Jonas) Limited e a esposa acredita que ele tenha sido morto ou seqüestrado.
A investigação vai tomando corpo ao se descobrir que não existe a empresa, e no endereço em que as cartas entre Eugene e Gabrielle eram trocadas, também nada havia, exceto canários, uma velha paraplégica, um jornal que remete à Inverness, na Escócia.
Em tal ponto, Mycroft Holmes (que participa de um clube de cavalheiros que é uma fachada para um braço do serviço secreto e do Ministério das Relações Exteriores da Inglaterra), irmão de Sherlock, vivido por uma careca e quase irreconhecível Christopher Lee - o Drácula dos anos 60 e 70 - chama o seu irmão detetive e ordena que ele pare com suas investigações, ordem que, evidentemente, é desobedecida.

Indo à Escócia, ele passa a investigar e logo encontra um castelo suspeito, e eles começam a ver o monstro do Lago Ness. Indo ao lago, Holmes logo pode descobrir que o monstro é alguma engenhoca mecânica submersa, e o pescoço e cabeça do monstro são apenas para disfarçar o aparelho. Nesse ínterim, há passagens em que descobrimos que Gabrielle não é quem parece ser, e que ela se comunica com "monges trapistas", em verdade espiões disfarçados.
Descobrem ainda o nome de um cemitério - com base nas pistas obtidas ainda na Inglaterra - em que presenciam um enterro de mortos não identificados, e pela presença de quatro anões podem descobrir que dois dos mortos são anões, e o outro, um adulto de estatura normal, e ao escavarem encontram Eugene e três canários mortos, estes descoloridos.

Quando Holmes está prestes a desvender o caso, Mycroft manda chamá-lo para revelar o que é o monstro, na verdade um pequeno submarino em que a bomba de ar de Valladon permitia permanecer bastante tempo sob a água, pondo a Inglaterra em vatagem contra seus inimigos. Os canários são usados para medir vazamentos de gases tóxicos (tão logo o ambiente fique tóxico, os canários morrem poupando os homens), e os tripulantes são os tais anões de circo.
Ademais, revela que Gabrielle, em verdade, é uma espiã alemã que conseguiu enganar Sherlock completamente, e que os monges trapistas eram também alemães prontos para roubar o submarino.

A Rainha Vitória é chamada para batizar o submarino HMS (Her Majesty Ship) Jonah - no livro bíblico Jonas passou três dias e três noites dentro de uma baleia, o que revela que Jonas era o nome do projeto secreto governamental para qual Eugene trabalhava. Mas ela se recusa a dar seguimento ao projeto militar, pois isso vai contra os princípios ingleses, de atacar sem avisar, de afundar navios à socapa. Ainda diz que o Imperador Wilhelm, da Alemanha, não será problema, pois é seu parente distante, e uma carta bastará para trazê-lo ao seu juízo - o que se verá, em anos futuros, que acreditar na Alemanha  terá sido um grande erro de avaliação.

Então Holmes volta para onde está Gabrielle, faz esta confessar, passa uma mensagem errada para os demais espiões alemães, que conseguirão roubar o submarino, mas este afundará, matando-os.
Holmes está mais ou menos envolvido emocionalmente com a espiã, então intercede para que esta não seja presa mas trocada por um espião inglês que está em poder dos alemães.
Um ano depois, Holmes recebe uma carta daquele clube de cavalheiros (o serviço secreto) dando notícia de que sua "amada" foi morta no Japão, e durante o período em que lá esteve, usou o nome de Aschcroft - nome sob o qual Holmes e a espiã usaram para se disfarçar na Escócia.
Abatido, ele pede a Watson a sua seringa para injetar a cocaína e suportar a perda. Ele entra em seu escritório e fecha a porta para se dopar.

Nota IMDB - 7,3. Talvez um pouco menos, mas um bom filme, bastante divertido.

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