quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O ESCRITOR-FANTASMA (2010), de ROMAN POLANSKI - 10.08.2011

É um filme daqueles que Lopes - o homem do vinho - recomendaria com sua ressalva habitual: É um filme honesto, mas não um filme para "ocasiões especiais".O filme entretém por duas horas, mas é um filme comum, embora um suspense bastante razoável.
Ewan McGregor é o ghost-writer (nem nome ele tem no filme) contratado para escrever (ou dar um formato vendável) às memórias de Adam Lang (vivido por Pierce Brosnan), ex-primeiro mininstro inglês baseado sem dúvida no trabalhista Tony Blair, após a morte suspeita do  primeiro contratado, e que no filme é alguém que entrou na política sem razão aparente, sem que fosse realmente interessado por isso, mais por influência de sua esposa.
Ao se aprofundar na vida do biografado, Ewan tem acesso ao manuscrito da biografia (mal escrita e por isso terá de reescrevê-la), à sua residência nos EUA, se aproxima da mulher deste (Ruth Lang, vivida por Olivia Willians) mas logo vê seu objeto de estudo no centro de uma crise política, por ter ele, segundo um seu ex-ministro, sido condescendente com tortura praticada por americanos
Com alguma facilidade, encontra fotografias e documentos que desmentem a história contada por Adam Lang - deixados pelo escritor anterior, e esses dados o levam a desconfiar que o primeiro ghost writer foi assassinado, pois descobrirar algo, discutira asperamente com o seu contratante e amigo de longa data. Em tais documentos consta ainda um número de telefone e uma frase como "a solução está no começo, a solução está no início".
Adam Lang tenta lidar com a crise, refugiando-se no apoio de seus colegas políticos americanos, uma vez que a situação política na Inglaterra não lhe é favorável, inclusive o governo inglês promete completa cooperação com a investigação
As pesquisas de McGregor o levam a entrar em contato com Paul Emmet (Tom Wilkinson), última pessoa a ter contato com o antigo escritor, na noite anterior a sua morte.
Aprofundando a investigação, descobre que Emmet foi da CIA. Deixa a esposa de Lang a par do que via descobrindo.
Resolve telefonar para aquele número deixado pelo anterior ghost writer, e quem atende é exatamente o político ex-assessor de Adam Lang.
Em certo momento, McGregor passa a ser perseguido, mas consegue despistar os capangas, quando novamente liga para este político, que explica suas desconfianças a respeito de Lang.
Ocorre que, repentinamente, em razão das suspeitas de condescendência com a tortura, Lang é assassinado, e aquilo que poderia virar uma grande tragédia o transforma em "santo".
Um ano depois, se não me engano, a biografia é lançada, e na festa de lançamento, em Londres, ao ver a esposa de Lang próxima a Emmett, e informado por alguém de que Emmett fora o orientador do doutorado de Ruth, ele consegue decifrar a mensagem dos inícios, e lendo o início de cada capítulo do manuscrito deixado pelo anterior escritor fantasma, descobre que Ruth é que era da CIA, e que estava por trás da ascensão de Lang - praticamente um zé-ninguém- na política (numa dessas viradas que me deixam meio puto da cara e certamente fazem com que o filme perca pontos no meu "gostar ou não do filme").
Ao deixar o local, é atropelado (de propósito, acidentalmente), em cena que não é mostrada, sepultando o "segredo", e deixando as páginas do manuscrito ao vento, desfazendo-se as provas de qualquer conspiração que tenha havido.
NOTA IMDB: 7,4. Acho que vale um pouco menos. Dou um 6 ou 6,5.

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