quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O RETORNO DE JOHNNY ENGLISH (2011), de OLIVER PARKER - 03.01.2012

Comédia despretensiosa com o sempre engraçado Rowan Atkinson (As Férias de Mr. Bean é, para mim, um filme engraçadíssimo), que vive o espião do MI7 (!), que caiu em desgraça e foi demitido do serviço secreto britânico por ter cometido uma falha grotesca, anos atrás, em que permitiu o assassinato do presidente eleito de Moçambique. 
Auto-exilado no Tibet, English vive um período de treinamento oriental, com alguma graça, e alguns ensinamentos orientais que lhe ajudarão quando ele é reabilitado -sabe-se lá por que razão - no serviço secreto.


Reintegrado, ele tem de encontrar um ex-agente secreto  que alerta para um possível atentado contra um mandatário chinês no encontro entre o primeiro-ministro britânico e tal político chino. Ele parte para encontrar esse ex-agente do MI7 - Titus Fischer - em Hong Kong.
Quando encontra Titus, este além de revelar que fora um dos integrantes do Vortex (de um total de três, um da CIA, um da KGB e outro do próprio MI7), menciona que cada um dos integrantes do Vortex tem uma peça de metal que, encaixadas, dão acesso à arma letal do grupo, e sem as três partes, o grupo não existe. Titus é morto logo após entregar sua parte da chave a English. (Titus se arrependeu?)


Aparentemente, quem tem interesse na morte do presidente chinês é um outro grupo de chineses, inclusive uma velhinha que por várias vezes tenta dar cabo de Johnny, disfarçada, causando algumas confusões engraçadas. Esses chineses parecem estar em contato com alguém do MI7, e estão tentando reunir as três partes da chave para agirem sozinhos, e darem cabo do mandatário chinês. Esse grupo que pretende a morte do seu comandante é um ponto não muito claro no roteiro, o que me parece de propósito, para não se entrar em discussões políticas, dando ênfase nas confusões protagonizadas por Rowan Atkinson. Mas me parece uma falha bastante importante.
Incidentalmente, temos Kate (Rosamund Pike), uma psicóloga comportamental, que consegue analisar as expressões faciais de seu objeto de análise para dizer se a verdade está sendo dita, além de conseguir, por hipnose, reconstituir fatos passados não muito claros a nível consciente (ela permitirá ao English rever os acontecimentos havidos em Moçambique). Ela ainda consegue se apaixonar por Johnny. 
Por fim, há Tucker, o novo companheiro de English, que é jovem, meio desligado, mas tem algumas sacadas que o estúpido Johnny não consegue perceber (inclusive percebe muito antes de Johnny que o agente Simon Ambrose é o membro do Vortex infiltrado no MI7). 
Voltando à trama, como vimos, a primeira chave, a que estava com Titus, foi recuperada por Johnny, mas este estupidamente deixou que a surrupiassem no vôo de volta de Hong Kong. A segunda chave, do agente da KGB Karlenko, também é recuperada por English, mas uma vez mais, embora advertido por Tucker sobre a culpa de Simon, entrega a este a tal chave. Simon, de tal maneira, tem as três partes da chave e pode levar a efeito o atentado contra o chinês, e, aproveitando para dizer à sua Chefe (vivida pela X-Files Gilliam Anderson) que o traidor é o próprio English - que passa a ser perseguido.
A chave permite que se tenha acesso a uma substância química que faz com que a pessoa que a ingira tenha seu agir controlado por quem ministra a substância, perdendo todo seu auto-controle, e comandada remotamente, a pessoa drogada efetuaria exatamente o que lhe fosse mandado, inclusive matar alguém.
Assim, fica revelado, inclusive, que o vexame de English em Moçambique foi arquitetado pelo grupo Vortex, e que o tal líquido que dá controle sobre a pessoa foi utilizado no agente que matou o presidente moçambicano, quando Johnny teve sua atenção distraída, naquele evento, minimizando assim (mas apenas um pouco), a responsabilidade de English por tal incidente. 
O encontro sino-britânico, a se realizar numa fortaleza nas montanhas suíças, não terá o concurso de Johnny, pois perseguido por sua própria instituição. Johnny, contudo, dá um jeito de entrar no local do encontro diplomático, e ali, ao desmascarar o plano perante sua chefe e Ambrose, toma por engano o líquido (aqui as gags físicas mais interessantes do filme são vistas) - inicialmente destinado à chefe - que lhe retira o próprio controle, e o põe sob domínio de Ambrose, que controlará English para que este cometa o atentado.
Johnny, usando dos "milenares ensinamentos" tibetanos, consegue resistir parcialmente às ordens de Simon, e esta resistência é suficiente para evitar que o mandatário chinês seja assassinado. Johnny inclusive chega a morrer como efeito secundário da poção química, mas é ressuscitado por um beijo da psicóloga (êta!). E se torna um herói nacional, com direito a ser nomeado cavalheiro, não sem antes meter-se em mais uma confusão com a velha chinesa disfarçada de Rainha da Inglaterra.


Nota IMDB. 6.6. Para o que se propõe a fazer - gags, humor físico de Atkinson, e alguma diversão com um espião atrapalhado, acho que está boa a nota. Não é grande cinema, o roteiro tem umas difíceis de engolir, mas é uma diversão nota seis e meio. Mas quando vejo que As Férias de Mr. Bean recebeu apenas 6, acho que alguma coisa está errada na avaliação deste ou daquele filme. 

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