domingo, 1 de janeiro de 2012

A HORA DO ESPANTO (2011) - de CRAIG GILLESPIE - 28.12.21011

Se eu pudesse (e eu posso, porque esse blog é meu) escolher o pior filme que já vi desde que comecei a escrever este blog, estaria a escolha circunscrita a dois filmes: Gente Grande e A Hora do Espanto.
Eu vi o primeiro filme, de 1985, e era um filme muito, mas muito bem feito.
Ontem assisti ao remake, e era de uma "ruindade" de doer. Parei na metade para fumar um cigarro só pela raiva que passava enquanto assistia ao assassinato de uma pérola (adolescente) oitentista, a morte de um clássico do terror juvenil ser refeito em pura merda.  
É claro que faz tempo que eu não assisto ao original, e à distância o filme pode me parecer melhor do que realmente era, mas sem dúvidas, o elenco do primeiro filme, com o ótimo Roddy McDowall como Peter Vincent em vez de David Tennant (um Dr. Robert Rey afetado), Willian Ragsdale em vez de Anton Yelchin como Charlie e Chris Sarandon em vez de Colin Farrell no papel do vampiro da vizinhança (Jerry), era para mim, superior aos do remake em todos os papeis.
Além disso, desde o início do filme fica tudo estabelecido, e o filme não terá mais surpresa alguma, só cenas de ação - e parece que é so isso que conta, contrariando tudo que se pode esperar de um filme de suspense ou terror (exatamente o suspense, o terror, o inesperado). 
Em poucas cenas já está estabelecido que o novo vizinho de Charlie é um vampiro, pois  Charlie (aos 16 anos, mas vivido por um ator de 22, vê-se até rugas no ator, retirando já boa parte da credibilidade do co-protagonista), um ex-nerd tem seu amigo também nerd, Ed, que já investigara o novo vizinho, os desaparecimentos havidos em Las Vegas, delimitando o espaço dos ataques, e filmado o vampiro, que não aparece no material gravado.
Assim, Charlie após uma breve descrença na existência do vampiro, já passa a acreditar na sua existência e maldade, e o filme se desenrola sem qualquer necessidade de atenção ou imaginação. Na primeira cena em que Jerry é confrontado por Charlie, ele já explode a casa de Charlie, e faz este, junto de sua mãe e namorada Amy saírem em fuga em uma perseguição de carro. Toda a sutileza e o charme trazidos por Chris Sarandon, em 1985, são absolutamente negados por Colin Farrell neste filme de 2011.
Charlie busca a ajuda de Peter Vincent, um showman de Las Vegas que se diz caçador de vampiros, mas é na verdade um grande embusteiro no mister que já foi de Van Helsing, e apenas um artista. Somente ao final vamos saber que Peter fora atacado por vampiros quando criança, e seus pais foram mortos, mas ele quis viver fugindo dessa verdade por muito tempo. Péssima solução e argumento barato - e sem cabimento algum para o filme, uma solução deus ex-machina.
O resumo do enredo: Charlie é nerd, mas se finge de esperto para mudar de turma no colégio e ganhar uma namorada. Seu ex-amigo nerd Ed descobre a existência do vampiro, mas Charlie inicialmente duvida. Logo, aceita a existência do bichano, até porque Ed é vampirizado. Procura a ajuda de Vincent, mas este nega. 
Quando sua mãe e sua namorada Amy correm perigo, esta principalmente, por ter sido mordida, Charlie resolve encarar o bicho em seu próprio covil, com uma estaca de um santo qualquer que teria o poder de reverter a vampirização de Amy. Depois de um ataque de Jerry e toda a sua trupe de vampiros (aparece uma porrada deles), conseguem matar o vampirão com a estaca e o sol. E todos viveram felizes para sempre (Charlie até vai transar com Amy, assim o filme acaba) - menos quem assistiu ao filme.
Cenas de ação, efeitos especiais nada impressionantes (apenas umas caras horrendas, e alguns até toscos), um filme feito para 3D e assistido em DVD - com perda da tridimensionalidade - atuações abaixo da média e um elenco mal escalado, e uma influência aparente desses novos filmes de vampiro - a que ainda não assisti nenhum, mas vê-se a ideia de pureza do amor (Amy e Charlie são virgens), tal qual se diz existente na série Crepúsculo. Só cenas de ação, sumiram bastante a inaptidão de Charlie, embora um amante de histórias de terror e não um nerd, o medo de Vincent, o talento de McDowell e a sutileza do vampiro. Não gostei nada.
Nota IMDB  - 6,6. Dou um 2 ou 3, e nada mais.

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