quarta-feira, 15 de junho de 2011

A DAMA DO LAGO - 1947, de ROBERT MONTGOMERY, 15.06.2011

Este filme noir começa com o detetive Phillip Marlowe (vivido pelo próprio diretor Montgomery) contando que narrará um caso que investigou - "o caso da dama do lago". Ele desafia - olhando para a câmara -  o espectador a solucionar o caso, e que este poderá ser capaz de fazê-lo ou não. E dá uma dica: você deve vigiá-los, todo o tempo.

Ele é contratado inicialmente por Adriene Fromssett (Audrey Totter, desconhecida ao menos para mim) para investigar o desaparecimento de Cristal Kingsby, esposa de Derace Kinsby, o rico chefe de Adriene, um editor de livros baratos de terror e ou policiais.
Adriene tem um interesse arrivista, quer casar com um homem rico, e Kingsby é o mais próximo que ela conhece. Ela, ademais, é uma mulher astuciosa, se insinua para o detetive, não se sabe se de início, apenas para seduzi-lo ou para conquistar sua confiança.

A investigação se divide em Bay City, a cidade em que moram Adriene e Kingsby, e Little Fall Lake, onde fica o lago em que Cristal poderia estar refugiada.
Há suspeitas, inicialmente, sobre Chris Lavery, que teria se envolvido com Cristal. Logo ele é assassinado em sua própria casa, e nesse momento está na casa a senhora que se diz a locadora o imóvel (depois se saberá não ser verdade).
O policial DeGarmot esteve envolvido com Mildred Haveland - é o nome verdadeiro de Muriel Chess, a afogada. Seu esposo também está morto.
Deixando claro, Mildred era enfermeira de um médico (Almore), cuja esposa, Florence Almore, de solteira Florence Grayson, foi dada como suicida. DeGarmot investigou e deu veredicto de suicídio, embora os pais de Florence desconfiassem de assassinato. Mildred/Muriel teria auxiliado neste suicídio - ou cometido o assassinato, e depois sumiu, sendo encontrada morta um ano e meio depois disso.
Marlowe entra em contato com os Grayson (que mencionam que "ele" esteve aqui há uma hora, perguntando a Marlowe se ele não consegue sentir o cheiro do charuto) e menciona que já falou com todos os policiais, não querem mais falar com ninguém, estão cansados de sofrer.
DeGarmot causa um acidente de carro a Marlowe, e ainda tenta incriminá-lo por direção alcoolizada. Nesse ponto, Marlowe aproveita-se de um bêbado que passa pelo acidente, o nocauteia e põe seus documentos pessoais nas roupas do bêbado. Pede refúgio em casa de Adriene e aí começa um romance com ela.
Chega então a notícia de que Cristal está de volta a Bay City, precisando de dinheiro. Marlowe vai ao encontro dela e ali decifra o mistério.
A Cristal  que aparece, na verdade é Mildred Haveland, e a dama morta no lago não era Mildred/Muriel (que trocara de nome para Muriel para fugir de DeGarmot e se casou com um capiau de Little Fall Lake). Cristal estava afogada e desfigurada, e por isso a farsa não foi descoberta.
Mildred tomou o lugar desta, conheceu Chris Lavery, com quem também se envolveu e depois o matou.
Mildred já matara a sra. Almore (mas disse que foi uma asfixia acidental no carro), Cristal (se defende dizendo que trocaram as roupas certa noite, foram passear no lago e Cristal caiu na água), e fugiu para El Paso, onde conheceu Chris (o único que conhecia a identidade de Cristal), e por isso ela o matou.
Resolvido o mistério, DeGarmott - que seguira Marlowe -  mata Mildred (traído que foi por esta e ajudara a encobrir o primeiro assassinato - sra. Almore - e até então imaginava que aquela estava morta no fundo do lago), e resolve matar Marlowe para se safar deste crime, mas a polícia chega a tempo, mata DeGarmott e salva nosso herói.
Tudo se resolve (embora paire uma dúvida quanto ao comportamente de Adrienne), mas esta fica junto a seu amado, o detetive Marlowe. A frase-resumo do casal é "estou com medo, mas é maravilhoso".
O filme tem esse desfecho um pouco confuso, numa conclusão meio Agatha Christie, que em duas páginas se resolve um mistério de 500 páginas, mas o filme vale a pena.

Há uma questão de técnica cinematográfica que vale a pena ser notada e comentada: o filme é todo feito com câmera subjetiva, como se a câmera fosse o olhar de Marlowe, ou seja, praticamente não há planos de conversas entre Marlowe e os outros personagens, mas somente a/o interlocutor de Marlowe é mostrado. Diz-se por aí que essa foi a primeira vez, e única, que se fez algo assim, pelo menos nos estúdios majors.
Nota do IMDB: 6.6. Avaliação adequada.

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