segunda-feira, 20 de junho de 2011

ROLLERBALL (1975), de NORMAN JEWISON, 19.06.11

Uma distopia futura filmada por Norman Jewison. A primeira vez que assisti a esse filme o achei uma grande porcaria, agora mudei de opinião, já nos primeiros minutos da fita (se é que ainda se fala fita hoje em dia).
No tempo em que se passa o filme, as ligas convencionais de esportes foram extintas, as pessoas não sabem mais sobre a história da NFL, por exemplo, ou sobre a Copa do Mundo, só há o Rollerball (uma disputa sobre patins e motos, em que a violência é extrema), e nesse "esporte" Jonathan é o grande astro.
Em tal futuro, não muito distante de agora (2018), mas 33 anos à frente da época do filme, todos os problemas da humanidade estão resolvidos, não há crime, violência, pobreza, as pessoas tem direito ao luxo, a um remédio que cura todas as dores, tal como o soma em Admirável Mundo Novo ou o gim em 1984, mas os países foram substituídos por empresas - e mesmo entre essas acabou a competição, e há uma organização com suprapoderes. Basta que as pessoas atendam aos anseios da corporação para que tudo fique "bem", não interfiram nas decisões gerenciais, e aceitem as ordens impostas.
A organização (em suas mais diversas áreas, energia, luxúria, transporte, comida, comunicação, luxo,etc ) tem o poder de intervir drasticamente na vida das pessoas (tudo sob o prestexto de buscar o bem comum), por exemplo, fazendo com que o protagonista Jonathan (vivido por James Caan) tenha de entregar sua mulher (uma e outras mulheres são postas pela organização à disposição dele, em substituição àquela primeira) a um membro da organização, e, igualmente, tenha que se aposentar do esporte - talvez para evitar a criação de um idolo depois incontrolável pelas corporações (ainda que o ídolo não tivesse a mínima noção disso).
Ademais o jogo fora criado para mostrar a futilidade do esforço individual, e sobressaindo um ou outro jogador, o propósito do jogo é desvirtuado.
James Caan tenta ir a uma biblioteca obter algumas infomação, mas os livros que ele deseja são secretos, foram transcritos e resumidos
Ele reluta em se aposentar, e então as intenções da Corporação em relação a ele mudam drasticamente. Inicialmente, mudanças de regras
Serve também como uma reflexão do mundo dos esportes, em que o melhor atleta do mundo não é ninguém, e sim o dono do clube - nos EUA - é quem detém realmente o poder. E ninguém é maior do que o jogo.
Quando ele reencontra sua ex-companheira, esta mudou, submeteu-se ao modo de pensar da organização. Ele diz que há muito tempo as pessoas optaram por ter  coisas boas em vez da liberdade, ela retruca que a história toda foi assim, e que conforto é liberdade.
Ela tenta convencê-lo a desistir da carreira, pois o próximo jogo será sem anotação de faltas e sem limite de tempo, o que significa morrer em quadra.
Começa todo mundo a morrer e aí, pá, a gravação da SKY foi interrompida e não vi o final do filme, mas no youtube há o final (faltam alguns minutos), só sobra Jonathan que marca o gol da vitória, com todos os outros mortos, e passa a rodar sozinho pela quadra, sob os aplausos da plateia. Quando passar de novo na SKY, se houver algo a acrescentar, o farei. Mas o filme é bom, embora com argumentos conhecidos de outras obras distópicas.
(pois bem, em 23.07 assisti ao final do filme, e aí vai). Como eu dizia, todos vão morrendo, pois o jogo está sem regras e sem tempo,  mas não há muito a aacrescentar, é a pura violência estatal e o indivíduo se virando como puder. Ele mata o penúltimo adversário, bem em frente ao chefão - Mr. Bartholomew (John Houseman, vencedor do Oscar de ator coadjuvante por "The paper chase"), e depois de imobilizar o último oponente, resolve poupar a vida deste, para só então, marcar o ponto da vitória, e sozinho, continuar patinando no ringue, sob a ovação do público. Ele não precisou largar do jogo, nem de suas convicções. ROLLERBALL! Se as regras mudarem, continue o mesmo!
NOTA IMDB - 6,5. Vale muito mais. 7,5 ou 8.

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